A “guerra” sobre se se deve trabalhar em ambientes mais frios ou quentes está longe de ter fim, com as mulheres a serem associadas, mais frequentemente, a um gosto por locais mais aquecidos por uma questão de conforto. Agora, um estudo afirma que os escritórios demasiado frios são os responsáveis pela diminuição da produtividade das mulheres. Pelo contrário, ambientes mais quentes podem melhorar as suas capacidades cognitivas.
A investigação, conduzida pela Universidade do Sul da Califórnia e publicada na revista científica Plos One, contou com 500 estudantes, que foram avaliados num laboratório de Berlim.
Aos participante foi pedido que realizassem três tarefas diferentes – um teste de matemática, um de raciocínio verbal e um de reflexão cognitiva -, numa sala com temperaturas que iam variando entre 16ºC e 32ºC. Os resultados mostraram que as mulheres tinham melhor desempenho nos exames de matemática e de raciocínio verbal quando as temperatura na sala eram mais altas. Pelo contrário, o desempenho dos homens voluntários nos mesmos testes aumentava quando a temperatura ambiente era diminuída, embora esta relação não tenha sido observada de forma tão drástica, afirmam os investigadores.
Já em relação ao exame de reflexão cognitiva, a equipa não observou qualquer ligação entre a temperatura e o desempenho dos participantes, tanto os do sexo masculino como os do feminino.
“O que descobrimos é que não tem apenas a ver com conforto, mas com o desempenho nas tarefas importantes, incluindo as matemáticas e verbais, já que é afetado pela temperatura”, explica Tom Chang, professor da Marshall School of Business, em Los Angeles, Califórnia, e um dos autores do estudo.
O investigador acrescenta, ainda, que a diferença de desempenho observada não ocorreu só com variações significativas de temperaturas, mas também quando a diferença entre temperaturas era de apenas seis graus. “Mesmo quando passávamos de 15 para 23 graus, que é uma variação de temperatura relativamente normal, verificava-se uma diferença significativa no desempenho”, explicou.
De acordo com a equipa, o desempenho congitivo das participantes foi melhor quando a temperatura estava mais elevada porque elas se esforçaram mais, o que levou a um aumento no número de respostas dadas. Contudo, nestas mesmas condições de temperatura, os investigadores notaram uma diminuição do esforço dos homens voluntários e, consequentemente, das respostas que submeteram.
Apesar de a equipa alertar para o facto de este estudo, sozinho, não ser suficiente para provocar uma mudança de atitude neste aspeto, os investigadores recomendam um ajuste da temperatura nos locais de trabalho com pessoas de ambos os sexos para cerca de 24ºC, com o objetivo de se melhorar a produtividade e o desempenho cognitivo.