Crianças obesas têm mais 30% de probabilidade de desenvolverem asma relativamente às que apresentam um peso considerado saudável. Esta é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Duke, na Carolina do Norte, EUA, que também deu conta de que o excesso de peso (IMC com valores entre os 25 e os 30) aumenta o risco de asma em 17%.
A equipa analisou registos clínicos de mais de meio milhão de crianças entre os dois e os 17 anos de idade, que foram a consultas entre 2009 e 2015 em seis grandes centros de saúde, fazendo um total de 19 milhões de visitas, e percebeu que um em cada 10 casos de asma estão relacionados com o aumento de peso.
Os doentes classificados como portadores de asma foram diagnosticados a partir de duas ou mais consultas médicas e também receberam uma receita médica, como a utilização de um inalador. Também foram realizados testes da sua função pulmonar, que confirmaram a presença da doença.
Jason Lang, professor de pediatria na Universidade Duke e um dos autores da pesquisa, que será brevemente publicada na revista Pediatrics, diz que, apesar de ser uma doença crónica com algumas causas que não se conseguem controlar , como a genética ou infeções virais durante a infância, 10% das crianças que tinham asma podiam ter evitado a doença, se mantivessem um peso saudável.
“A obesidade pode ser o único fator de risco para asma infantil que pode ser prevenido”., explica o médico. “Esta é mais uma evidência de que manter as crianças ativas e com peso saudável é importante”, conclui.
Já foram apontadas algumas limitações ao estudo, que incluem o facto de serem utizliados dados eletrónicos de saúde, que impedem os pesquisadores de tirar conclusões absolutas sobre a causalidade da associação entre obesidade e asma. Além disso, embora o estudo inclua registos de uma população vasta, tanto em termos geográficos como em número, as crianças que vivem em ambientes rurais podem não estar representadas nos resultados do estudo.