A decisão, tomada na última reunião da UNESCO, na Polónia, já foi aplaudida pelo ministro australiano do Ambiente e da Energia , Josh Frydenberg, que vê assim afastado um eventual impacto negativo no lucrativo setor do turismo do país.
“Estamos a fazer todos os possíveis para assegurar que estar maravilha mundial se mantenha viável e saudável para as gerações futuras”, assegurou o governante, em declarações à Australian Broadcasting Corporation Radio.
A gestão australiana da Grande Barreira de Coral tem estado debaixo de fogo na sequência da maior perda de corais de sempre, resultado, por seu lado, do El Nino mais forte em 20 anos, e o empenho do governo em combater as alterações climáticas também sido insistentemente questionado – O carvão é a segunda maior exportação da Austrália e o executivo está a apoiar uma nova mina que resultaria no envio marítimo de milhões de toneladas do combustível fóssil através da Grande Barreira de Coral. O tráfego extra na zona implicaria também uma ampliação do terminal da empresa responsável no local, o que, alegam os ambientalistas, ainda seria pior para o delicado ecossistema.
“A inclusão na lista do Património em risco, por muito trágica que fosse, seria pelo menos uma representação mais real do estado do recife e, pelo menos, obrigaria o governo a agir sobre as alterações climáticas”, lamenta Alix Foster Vander Elst, ativista da Greenpeace.
Apesar da sua decisão, o Comité do Património Mundial fez questão de expressar a sua “séria preocupação” com o estado da Barreira de Coral e instiga a Austrália a acelerar os seus esforços no sentido de melhorar a qualidade da água.