São números positivos, aqueles que revelam que a taxa de desemprego continua a cair – ainda que mais lentamente. Em Janeiro de 2018 este indicador fixou-se nos 7,9%, menos 2,2 pontos percentuais em termos homólogos, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre os mais novos, no entanto, os valores continuam acima dos 20%, com a taxa de desemprego das pessoas com idades entre os 15 e os 24 anos a fixar-se nos 21,5%. Os números divulgado pelo INE revelam ainda que o desemprego é mais elevado entre as mulheres (8,3%) quando comparado com os homens (7,5%). Para o mês de Fevereiro, a estimativa provisória da taxa de desemprego do INE é de 7,8%.
O documento tornado público na manhã desta terça-feira dá conta de que, em termos absolutos, o aumento da população empregada foi de 6,4 mil pessoas, relativamente a Dezembro de 2017.
Recorde-se que no final da semana passada o Banco de Portugal revelou que as suas estimativas apontam para que em 2020 a taxa de desemprego no país fique abaixo dos 6%.
Precariedade preocupa
Apesar dos sinais positivos de recuperação no mercado de trabalho, os alertas em relação à precariedade têm-se sucedido. Depois de a União Europeia ter avisado que, em 2016, Portugal foi o país onde o desemprego jovem mais subiu, no mês passado o Observatório sobre Crises e Alternativas, da Universidade de Coimbra, dava conta de que “o peso dos contrato permanentes assinados desde 2013 continua a ser diminuto (cerca de 34% dos novos contratos vigentes em outubro de 2017)”. No mesmo barómetro, publicado no início deste ano, os investigadores davam conta de que esta precariedade tem sido acompanhada por “ uma degradação da remuneração média dos novos contratos permanentes”, o que poderá ser justificado com o facto de “a retoma económica ocorrer sobretudo em atividades de serviços ligadas ao turismo, ou em atividades que, na maior parte dos casos, são de baixa produtividade e que requerem um baixo nível de qualificação ou de estabilidade dos seus quadros de pessoal”.
Ou seja, os contratos precários estão a dar uma remuneração ligeiramente mais atrativa, o que está a penalizar os contratos sem termo que começam, cada vez mais a aproximar-se do salário mínimos nacional. Em 2016, o salário médio líquido de um português a trabalhar por conta de outrem era de 846 euros. O salário mínimo nacional está atualmente fixado nos 580 euros.