Todos os anos, a multinacional Hilti, especializada no desenvolvimento de produtos e soluções para a indústria da construção civil, lança um inquérito de satisfação interna, o GEOS, aos seus milhares de trabalhadores, espalhados por 128 geografias, nos cinco continentes. Nos últimos anos, a Hilti Portugal, sediada em Matosinhos, tem ficado sistematicamente no top 5 das operações com os maiores níveis de satisfação. No ano passado, na escala de pontuação que vai de -50 a 50, chegou a 38 pontos. “O que mostra que ainda há espaço para melhorar”, diz António Raab, diretor-geral da Hilti em Portugal. Brasileiro, está no comando da filial lusa desde 2002, depois de ter passado pela liderança da operação brasileira. Antes disso, passou por mais de meia dúzia de países ao serviço da mesma multinacional, de origem alemã está há 32 anos no grupo. “O tempo passa rápido e a única coisa constante que encontrei em todas as funções por onde passei foram as mudanças. Sempre positivas”, conta.
Raab diz que é uma pessoa feliz a trabalhar numa empresa feliz. A Hilti Portugal ocupa o primeiro lugar do pódio do ranking das empresas felizes (veja lista completa nas páginas seguintes), elaborado pela primeira vez no âmbito do estudo Happiness Works que a EXAME publica anualmente sobre os níveis de felicidade dos profissionais portugueses, e que resulta de uma parceria entre o docente e investigador da Universidade Autónoma Georg Dutschke e a consultora Horton International.
Através de um questionário enviado a várias centenas de trabalhadores em empresas de diversos sectores (este ano responderam 1714 profissionais, entre janeiro e abril), são colocadas cerca de 80 perguntas, que, numa escala de 1 a 5, aferem o seu bem-estar – sendo que é a partir de 4 pontos que se considera um trabalhador feliz. Se no ano passado o nível de felicidade dos trabalhadores portugueses ficou em 3,4, que se traduz no costumeiro “assim, assim” tão presente nas conversas nacionais, nesta edição de 2015 o cenário assume-se mais risonho: os profissionais estão mais felizes (3,6), mais até do que em 2012, ano da primeira edição do Happiness Works, em que o nível de felicidade se fixou em 3,5 pontos. Mesmo assim, a felicidade profissional dos portugueses teima em não sair deste patamar intermédio: não são propriamente felizes, mas também não são infelizes. Só são verdadeiramente felizes os trabalhadores que atingem o nível 4. “No entanto, como estão acima de 3,5, demonstram alguma satisfação relativamente ao seu trabalho e empresa”, traduz Dutschke.
Não se trata apenas de questionários e de estatística. Afinal, como vem mostrando na última década a investigação académica, trabalhadores felizes são também profissionais mais produtivos. E é deles que as empresas precisam. Ambientes laborais felizes ajudam a reduzir o stresse e tornam o trabalho mais agradável, aumentando o empenho dos funcionários, o recrutamento e a taxa de retenção dos trabalhadores – a que se soma a poupança em despesas de saúde, já que empregados mais felizes são também menos propensos a faltas por motivo de doença.
O ano da retoma da felicidade
“Este estudo começou em pleno furacão da crise, quando o cinto da austeridade começou a apertar. Se 2014 foi o annus horribilis da felicidade dos trabalhadores portugueses, 2015 parece ser o ano da retoma da felicidade. Há, pelo menos, uma retoma das expectativas: o país não está bem, a economia não está no seu melhor, muito longe disso, mas já esteve pior”, reflete Georg Dutschke. Este será um ano de eleições, “com todas as folgas e desanuviamento das políticas de austeridade” que isso implica.
“Os portugueses já ouviram a ministra das Finanças dizer que os nossos cofres estão cheios. Estão também a chegar os fundos europeus Portugal 2020, o que traz alguns sinais de esperança aos empresários e aos seus trabalhadores. As taxas de juro estão praticamente a zero, o que gera consumo e se reflete positivamente na economia e nas empresas. Falase agora muito em empreendedorismo. Todos estes fatores podem estar a criar uma perceção mais positiva nos portugueses, daí que se sintam mais seguros e com maiores níveis de confiança, o que contribui para o seu nível de felicidade”, acrescenta Guilhermina Vaz Monteiro, diretorageral da Horton International em Portugal, consultora especializada no recrutamento e seleção de executivos. Mas ressalvam os autores do estudo: “Estas são apenas interpretações.”
Em época de crise este tema ganha maior importância. Afinal, quando os mercados e as economias crescem é fácil obter resultados. Mas o que fazer quando isso não acontece? Como motivar e tornar as pessoas mais felizes nas suas organizações em épocas mais difíceis e de aperto é a grande questão. A solução passa pela liderança. A par da elaboração da lista das 10 empresas mais felizes, a edição Happiness Works 2015 traz uma outra novidade: o ranking Happy Boss. Através de uma pergunta aberta, pediuse aos inquiridos que nomeassem, de forma espontânea, um profissional que considerassem feliz. As respostas foram, obviamente, muito fragmentadas e mostraram aquilo que era esperado: os nomes mencionados ou são de figuras públicas ou de profissionais amigos ou chefes diretos.
Assim, na lista dos profissionais mais felizes surge à cabeça o nome do Cristiano Ronaldo, estrela maior do futebol mundial, “muito conotado com o sucesso e o dinheiro”, explicam os promotores deste estudo. Em segundo lugar, a surpresa: João Pedro Tavares, vice-presidente da Accenture. “É talvez uma figura muito querida nesta consultora, onde vários trabalhadores responderam ao nosso inquérito, além de ser conhecida no meio, pois pelo seu cargo não só contacta com outras empresas e trabalhadores como dá palestras sobre liderança. Provavelmente, é uma figura inspiracional para muitos”, afirma Georg Dutschke (veja perfil deste gestor mais à frente, na caixa “A ‘carreirinha’ não é tudo”). No terceiro lugar do pódio posiciona-se a apresentadora televisiva e empresária Cristina Ferreira. Em quarto lugar surgem diversos nomes da equipa que anima as manhãs na Rádio Comercial, na qual se incluem Vasco Palmeirim, Pedro Ribeiro, Vanda Miranda, Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira: “São figuras bem humoradas, que normalmente ouvimos pela manhã e que nos animam. É normal que os vejamos como profissionais felizes”, reflete Guilhermina Vaz Monteiro.
Empresas mais felizes são mais resilientes
Voltemos à Hilti Portugal, que também tem sido presença constante na lista das 100 Melhores Empresas para Trabalhar publicada pela EXAME (no ano passado foi considerada a segunda Melhor PME e recebeu uma menção honrosa na categoria Carreira). Conta António Raab que o objetivo primordial do departamento de recursos humanos “e de todos os outros” é direcionar os seus trabalhadores (são quase 90) para “a alegria no trabalho”.
“O nosso processo de recrutamento é extremamente longo, porque queremos ter a certeza de que as pessoas que selecionamos têm um caráter e estado de espírito em consonância com os valores e a cultura da empresa. Porque sabemos que trabalhadores felizes e com altos níveis de bem-estar têm uma melhor performance e transferem a mesmo boa disposição e confiança aos clientes”, explica António Raab.
À empresa importa ouvir o que os seus trabalhadores sugerem ou criticam. Nos inquéritos de satisfação interna na Hilti Portugal, além das mais de sete dezenas de perguntas a que têm de responder, os colaboradores são convidados ainda a sugerirem melhorias. Foi a ouvir os seus funcionários que a Hilti implementou recentemente o horário de verão, que lhes permite esticar o fim de semana, que começa logo na sexta-feira, à hora do almoço. É claro que durante a semana têm de trabalhar mais horas para compensar, mas “o importante é que se sentem ouvidos e sentem maior flexibilidade laboral”, explica o líder.
Se, em média, o nível de felicidade profissional geral se situa em 3,6 pontos, no ranking das 10 empresas mais felizes a pontuação média fixa-se em 3,9.
Ainda que em Portugal apenas nestes últimos anos se comece a produzir literatura académica sobre o espírito positivo e a felicidade no local de trabalho, e a sua influência nos níveis de produtividade dos trabalhadores, lá fora essa realidade tem sido mais estudada. As escolas de negócios mais prestigiadas têm disciplinas dedicadas ao tema, incluindo Harvard. A revista de gestão da mesma instituição, a Harvard Business Review, publicou um número totalmente dedicado ao tema da felicidade em 2012; desde aí, vai apostando pontual mente em artigos similares.
Importa, por isso, descortinar primeiro um conceito que, para muitos, ainda não está bem explicado. Georg Dutschke, que também já ocupou diversos cargos de direção em empresas como a Nobre, Pescanova Portugal, PT Portugal ou Angelini Portugal, começou a ocupar-se deste tema enquanto fazia o doutoramento em Gestão na Universidade de Sevilha.
Segundo ele, a felicidade profissional tem de ser entendida como um conceito estratégico na gestão das organizações e dos recursos humanos. Na verdade, não estamos a falar do mero apelo às emoções e sentimentos, mas da mudança efetiva de comportamentos através da implementação de práticas, processos e relações hierárquicas e interpessoais que no quotidiano organizacional imprimam uma lógica de felicidade ao contexto laboral.
Como já lembrava o investigador na primeira edição deste estudo, uma organização feliz é aquela em que “todos os seus profissionais, em qualquer patamar hierárquico, têm um conjunto de pontos fortes, trabalham em equipa para alcançar um objetivo comum e obtêm satisfação quando desenvolvem novos produtos ou serviços de qualidade, sabendo que através destes conseguirão proporcionar uma diferença positiva na vida de outros indivíduos”.
Nestas empresas sobressai uma lógica de cooperação e de delegação de responsabilidade e, dizem as pesquisas, são espaços onde existe margem de manobra para trabalhar não apenas em função dos objetivos preestabelecidos, mas também em prol de outras soluções que contribuam para a sustentabilidade das organizações. Por isso a felicidade profissional vai além do que é a satisfação no trabalho; contempla também dimensões como o envolvimento dos profissionais com a organização onde trabalham e a função que desempenham e o compromisso para com a mesma.
Como lembra António Raab, muito à conta do sector que fornece o da construção, as contas da Hilti Portugal sofreram com a crise, com reduções sucessivas nas receitas entre 2009 e 2012. O ano seguinte já foi de crescimento. “Tenho a certeza de que ultrapassámos esse período muito à custa do esforço adicional dos nossos colaboradores, que encontraram formas criativas de desempenhar o seu trabalho, de agradar mais aos clientes. Tornaram esta empresa mais resiliente. Simplesmente porque, desde o início, optámos por comunicar de forma clara, falando sempre a verdade, explicando os problemas pelos quais estávamos a passar e as barreiras que precisávamos de ultrapassar”, explica o diretorgeral da empresa de Matosinhos.
Empresas felizes são virtuosas e ajudam profissionais a florescer
Segundo vários autores internacionais, organizações felizes são mais criativas e têm maior potencial para provocar mudanças orientadas para horizontes positivos. A Ross School of Business, a escola de negócios da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, tem sido uma das instituições académicas mais ativas no estudo do impacto da felicidade nos trabalhadores e nas organizações. Kim Cameron, investigador e docente, tem–se debruçado sobre as empresas felizes, a que chama de “organizações virtuosas”. Segundo conta à EXAME, “práticas de liderança como a implementação da virtude nas empresas melhoram dramaticamente a performance organizacional”. O perdão, a compaixão, a gratidão, a generosidade, a integridade e o otimismo são os valores centrais nestas companhias.
“As organizações virtuosas estimulam e capacitam o chamado efeito heliotrópico, ou seja, tal como as flores, crescem em direção ao sol. Existe um esforço conjunto dos trabalhadores direcionado para um futuro positivo, com a sustentabilidade como objetivo prioritário”, afirma. Platão e Aristóteles descreveram a virtude como os desejos e as ações que produzem o bem pessoal e comum. “O ciclo virtuoso destas empresas perpetua-se, amplifica-se se alimentarem estes valores”, garante o académico.
Já Gretchen Spreitzer, professora na mesma instituição, afirma que para produzirem mais “as pessoas não precisam de muitos estímulos. Só necessitam de sentir que importam. Querem simplesmente ser tratadas com respeito, fazer um trabalho interessante e prosperar na empresa.” Spreitzer fala, por sua vez, em “organizações que florescem”: segundo os estudos que desenvolveu nos Estados Unidos, os colaboradores destas empresas apresentam resultados superiores em 16% relativamente às companhias que não se guiam por este princípio. São também profissionais mais proativos, tanto a nível pessoal como na procura de melhores perspetivas de carreira.
“Se as empresas querem que os seus empregados floresçam, não devem pensar apenas em termos salariais. Devem ajudar os trabalhadores a prosperar, devem ser transparentes e ajudar a criar ligações de elevada qualidade entre os colegas e as hierarquias. Ao mesmo tempo, precisam de dar feedback da performance dos trabalhadores de forma honesta”, indica a investigadora.
Menos doenças e maiores taxas de retenção de talento
Nas suas pesquisas, Gretchen Spreitzer demonstrou que estas organizações que florescem os colaboradores reportam menos casos de depressões e esgotamentos, perdem menos dias de trabalho (-74%) e necessitam de menos visitas a médicos (-42%). Ou seja, não só são mais saudáveis na sua vida pessoal como também poupam custos às suas empresas relacionados com despesas de saúde, absentismo e rotação de trabalhadores.
Em Portugal, o estudo Happiness Works dá conta dos mesmos benefícios. Os profissionais que se consideram mais felizes faltam por motivo de doença, em média, 2,4 vezes; os menos felizes dão 9,3 faltas pelo mesmo motivo. Uma diferença de 79%: “Menos stresse laboral e mais alegria no trabalho são sinónimos de sistemas imunitários mais fortalecidos, logo menos propensos a doenças”, explica Georg Dutschke. Por outro lado, apesar de esta ser apenas uma medida de perceção, os funcioná- rios mais felizes dizem-se maisprodutivos do que os menos felizes (mais 55%). Simultaneamente, quem se diz mais feliz pensa menos em mudar de empresa (-40%). “Empresas mais felizes retêm mais talento”, conclui Guilhermina Vaz Monteiro, da Horton International. Finalmente, quem é mais feliz profissionalmente também o é na sua vida pessoal (mais 54%).
Em média, os trabalhadores que se dizem mais felizes, numa escala de 1 a 5, estão em 4,2 pontos; os menos felizes apontam um patamar de 2,8 pontos. “Quem é feliz é, de facto, feliz. E quem é infeliz está quase no limite do ‘estou assim-assim’, que começa acima de 3 pontos”, aponta Dutschke.
Os fatores que mais influenciam a felicidade
Mais uma vez, à semelhança dos anos anteriores, os portugueses dizem-se mais felizes no desempenho da sua função do que na sua organização (3,7 contra 3,5 pontos). Cada um destes tipos de felicidade (na organização e na função) é determinado por um conjunto de fatores – especificados na infografia das páginas anteriores (veja “Os portugueses são profissionais felizes em 2015?”).
No caso da felicidade na função, o fator que mais parece determinar a felicidade é o facto de os trabalhadores considerarem que as suas funções são sustentáveis e estão seguras. “No fundo, consideram que o seu cargo é mais sustentável do que a empresa onde trabalham. Ou seja, mesmo que a organização desapareça, sentem-se confiantes de que serão novamente recrutados pelas competências que detêm”, diz a responsável pela consultora que promove este estudo. “Recentemente, estive com um gestor de topo, um administrador financeiro, que saiu da empresa onde trabalhava porque considerava que esta não lhe oferecia as condições necessárias para a sua felicidade. Neste momento acha que se conseguirá recolocar rapidamente no mercado de trabalho. Talvez não tivesse feito isto no ano passado. A verdade é que existe um sentido de que a economia está melhor e que é possível encontrar lugares disponíveis”, acrescenta.
Outro dos fatores que mais determina a felicidade dos profissionais no desempenho da sua função, com 4 pontos, é a satisfação com os “objetivos” – não só com os que lhes foram traçados, mas também com o cumprimento dos mesmos. No fundo, “sentem-se felizes com a sua produtividade”, acontecendo o mesmo ao nível do “desempenho das suas funções” (3,9). Na mesma medida, sentem-se satisfeitos com o “apoio das chefias”.
No que diz respeito à organização, a satisfação com o cumprimento dos “objetivos” definidos é o fator que mais contribui para a felicidade (4,1). De seguida, com 3,6 pontos, surgem variáveis como o “ambiente interno”, o “reconhecimento e confiança”, a “sustentabilidade e inovação” e o “equilíbrio e vida pessoal”.
Como sempre, o item “remuneração” é o que obtém menos satisfação por parte dos trabalhadores: na análise à felicidade na função, atinge apenas 2,9 pontos; no que diz respeito à organização, fixa-se em 3.
“Nestes últimos anos, as empresas reestruturaram-se, reduziram custos, tornaram-se mais flexíveis. Em princípio, estarão mais preparadas para o que aí vem. E se o mercado parece estar a retomar, assim como o consumo, é natural que os trabalhadores que durante a crise conseguiram manter os seus postos de trabalho estejam mais otimistas e felizes”, considera Georg Dutschke.
Tal como aconteceu nas edições anteriores, o sector da construção e do imobiliário mantém-se como o que se considera mais feliz (4), apesar dos tempos difíceis e turbulentos pelos quais tem passado. “De certa maneira, isto é explicado pela preservação da autoimagem dos profissionais das imobiliárias, que são profissionais com grande capacidade de automotivação. No entanto, se olharmos para o ranking das empresas felizes, vemos que a Conduril, empresa de construção pura, surge na segunda posição. Uma empresa familiar, com laços muito fortes aos trabalhadores e que passou, de forma aparentemente pacífica, pela crise”, analisa Guilhermina Vaz Monteiro. Em 2014, a Conduril, liderada por Benedita Martins, foi a empresa vencedora, no seu sector, das 500 Maiores e Melhores, um estudo da EXAME que distingue as organizações que mais se destacaram pela boa saúde dos seus indicadores financeiros.
Seguem-se os sectores da indústria e do comércio por grosso e a retalho: na escala da felicidade pontuam-se em 3,8 pontos. “Estes sectores são mais felizes do que nos dois anos anteriores. O aumento do consumo e das exportações será a explicação para a sua maior felicidade”, avança o autor do estudo. Abaixo na tabela surge o sector do Estado, com 3,3 pontos – que sofre, apesar de tudo, uma evidente melhoria, já que se ficou por 2,9 em 2014.
RANKING
As 10 empresas mais felizes
1. Hilti Portugal
Esta empresa portuguesa, que desenvolve ferramentas e soluções para o sector da construção, sediada em Matosinhos, tem sido considerada como uma das Melhores Empresas para Trabalhar pela EXAME.
2. Conduril
Apesar de o sector da construção ter sido altamente fustigado pela crise, os trabalhadores desta construtora de Ermesinde, e com oito sucursais em África, dizem-se felizes. Em 2014 foi a melhor empresa do sector no estudo 500 Maiores e Melhores Empresas, da EXAME.
3. McDonald’s
A cadeia de restaurantes emprega mais de 1300 trabalhadores em Portugal.
4. Oney Portugal
A instituição financeira e de crédito é propriedade do Grupo Auchan.
5. Your Conceito
Empresa que presta serviços de outsourcing nas áreas de contabilidade, fiscalidade, tesouraria e apoio geral à gestão. Tem cerca de 200 técnicos e escritórios em Lisboa, Porto e Malveira.
6. Garland
A empresa de navegação, transporte e logística é uma das empresas mais antigas em Portugal. Foi criada em 1776.
7. IHPower
Empresa portuguesa certificada na formação, coaching e vendas.
8. H Tecnic
Do Grupo HCI Construções, esta companhia dedica-se à reabilitação do património e à conservação e restauro de monumentos.
9. Real Vida Seguros
Instituição financeira especializada em produtos de investimento, aforro, reforma e proteção.
10. IJustitia
Companhia de serviços de gestão de crédito e cobranças.
Metodologia
O projeto Happiness Works foi implementado com base em investigação desenvolvida por Fisher (2010), Hosie, Sevastos e Coper (2007), entre outros. Decorreu até hoje em três fases. Na primeira fase (2011) foram entrevistados mil profissionais em Portugal. Através de análise de conteúdo foi possível identificar as variáveis pelas quais estes profissionais são felizes na organização e na função. Com base nas variáveis foi construído um primeiro questionário, que permite aferir o nível de felicidade nas organizações. Na segunda fase (2012), o questionário foi respondido por 1200 profissionais de diferentes sectores de actividade. Através da análise das respostas foi verificada a sua fiabilidade. A terceira fase decorre desde 2013. Em 2015 responderam, entre janeiro e abril, 1714 profissionais. O erro da amostra foi de 2,4% para um nível de confiança de 95%. O Alpha de Cronbach foi de 0,98 (questionário felicidade na organização) e 0,97 (questionário felicidade na função). Foram colocadas três questões que aferem a produtividade dos profissionais mais e menos felizes. Uma sobre o absentismo, outra sobre perceção de produtividade e uma última sobre a intenção de mudar de organização (retenção de talento). Para elaborar o ranking de empresas felizes foram avaliadas as respostas obtidas em cada organização (considerando o número de colaboradores e representatividade da amostra) e a sua posição relativa versus as restantes. Para identificar o happy boss foi pedido a cada respondente que nomeasse espontaneamente em top of mind um profissional.
Este artigo é parte integrante da edição de julho da Revista EXAME