Assistir a O Carteiro de Pablo Neruda, fenomenal caso de sucesso de bilheteira, em pleno mercado de Santa Clara, enquanto se desfruta de uma saborosa refeição, preparada pelo mesmo chefe que acompanhou a equipa de Il Postino durante a sua rodagem numa ilha da Sicília, é apenas uma das ousadas propostas da Festa do Cinema Italiano que começa agora em Lisboa, partindo depois para uma dezena de cidades portuguesas. Ocasião também para uma exposição em memória de Massimo Troisi, ator que morreu pouco depois do final das filmagens. Celebração importante é a dos 30 anos de Cinema Paraíso, obra emblemática de Giuseppe Tornatore, uma homenagem ao próprio cinema. E que melhor forma de festejá-la do que disponibilizando uma cópia restaurada que passará para o circuito de exibição comercial depois de estrear-se na festa?
De resto, são mais de 60 filmes que compõem a festa, nomeadamente curtas e longas-metragens, filmes em competição e Panorama. Entre muitos outros, destaca-se The Place, o último filme de Paolo Genovese, depois do sucesso de Amigos, Amigos, Telemóveis à Parte. E também o Fortunata, filme de Sergio Castellitto que valeu a Jasmine Trinca o prémio de melhor atriz na secção Un Certain Regard, no Festival de Cannes. Os irmãos Vittorio e Paolo Tavianni estão de volta com Uma Questão Privada, filme que decorre em plena Segunda Guerra Mundial. E chega-nos a última obra de Ermanno Olmi, outro gigante do cinema italiano, com um documentário chamado Vedete, Sono Uno de Voi. Na secção Orizzonti, Nico, 1988, um biopic da mítica cantora e modelo, musa dos Velvet Underground, realizado por Susanna Nicchiarelli. O grande homenageado é Marco Ferreri com 12 obras em retrospetiva, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa.
Festa do Cinema Italiano > Lisboa, Porto, Cascais, Setúbal, Almada, Coimbra, Aveiro, Évora, Viseu, Beja, Moita > até 25 de maio > de €2,50 a €4