O Gosto dos Outros… Pedro Vieira

1. A Camponesa, Lisboa
Nos restaurantes, destaca A Camponesa, em Lisboa, a caminho do Miradouro de Santa Catarina. E justifica: “Um encontro feliz entre os sabores de antanho (costeletas de borrego, grelos salteados, pratos de peixe-sem-ser-grelhado) e algumas modernices, como a chamada fraldinha de vaca. Vinho a preço justo, gerente conservador e cinéfilo. Michelin o quê?”

2. Roma, Itália
Escolhe Roma por se tratar de “uma metrópole com escala humana, com bom vinho em qualquer jarro e o charme da História que se mantém viva em cada esquina”. A cidade das igrejas, das vielas, das praças, da cor ocre das paredes, “a cor vermelha do sangue que nunca deixará de correr por ali”.

3. “O Evangelho segundo Jesus Cristo”
Através do livro de José Saramago, O Evangelho segundo Jesus Cristo, reconciliou-se com a fé, sobretudo, como diz, “com a fé nos homens e na escrita”: “Nunca Jesus me pareceu tão credível e resplandecente.”

4. “Doolittle”, dos Pixies
É o chamado disco de uma vida. “Gritaria, guitarras agudas, fetichismo, mutilação e alguma doçura fraternal, amorosa. Síntese perfeita de rock, aspereza e melodia.”

5. “Canibalismo de Outono”
Sobre o quadro Canibalismo de Outono, pintado por Salvador Dalí, em 1936, Pedro Vieira fala na técnica apurada, na paleta de cores e, sobretudo, no facto de sugerir que “a arte se devora (ou nos devora)”: “Um dos meus preferidos, até por andar sempre com apetite.”

6. Livraria Distopia, Lisboa
Diz Pedro que, em tempos, já foi livreiro: “A Distopia faz jus ao nome: só num universo do género conseguiríamos encontrar livros e discos (sim, ainda existem) tratados por especialistas.” Para ele, a livraria da Rua de São Bento é “um foco de resistência, numa época de grandes superfícies e de magras escolhas”.