Sem querermos exagerar, porque a Praça das Flores é a Praça das Flores, quando se entra neste novo restaurante/galeria/loja de vinil quase não se sente a diferença. Há tanto verde na decoração, e as janelas são tão abertas para a rua, que provoca uma onda de continuidade de fora para dentro. Nada disso acontece por acaso, como há de explicar mais tarde Clara Silva, a proprietária, entre um português mal-amanhado e um inglês perfeito (a sua língua mais natural é o francês), no meio da azáfama do dia da inauguração oficial. Clara vive em Paris e lá tem três restaurantes e bares. Vive não, vivia, porque há cerca de um ano mudou-se para as Janelas Verdes, com a intenção de dar andamento a este projeto que agora se inaugura. “As minhas raízes estão aqui e queria muito abrir um restaurante ou bar em Lisboa”, gosta de lembrar. Viu este sítio e, claro, foi amor à primeira vista.
As portas do A Pampa, assim batizado em homenagem às grandes planícies da América do Sul, estarão abertas das nove às duas da manhã (por enquanto, a partir das 17h), para atividades que variam consoante a hora. Quando o dia começar, além do pequeno-almoço, podem vir a fazer-se sessões de ioga ou de meditação, mais para a tarde hão de organizar-se workshops e encontros culturais, durante todo o dia há vinis para comprar na mezzanine. E é aí que estará também o DJ, a dar música pela noite dentro. Neste momento, há uma exposição de desenhos, postos assim, sem cerimónias, na parede, fruto de uma parceria com uma galeria do Porto.
A ementa tem coisas como burrata (€6), ceviche (€8), carpaccio de polvo (€9) ou ravioli de caranguejo (€8). Não podemos prometer que estes pratos estejam na lista por muito mais tempo. Clara quer seguir a sazonalidade com convicção, o que levará a mudanças quase mensais na oferta gastronómica. Mais constante será a carta das bebidas, em que se destacam os três cocktails de autor, com nomes tão inspiradores como Rosa Morena, A Garota de Ipanema ou Samba de Verão. Qualquer um deles faz uma ode à frescura, ou não fossem de inspiração brasileira. Tudo o resto está em constante ligação com a atmosfera que aqui se imprime – desde os vinhos naturais ao café da torrefação mais genuína de Lisboa, às plantas suspensas e à comida que se serve.
A Pampa > Pç. das Flores, 18, Lisboa > T. 21 585 5054 > seg-dom 17h-2h