Usam palavras que já ninguém usa, sabem mil e umas anedotas e ditados populares, fazem as comidas mais deliciosas e (ao contrário de nós) podem dar raspanetes aos nossos pais. Por tudo isto e muito mais, os nossos avós são os nossos heróis! Quatro leitoras da VISÃO Júnior contam-nos o que torna as suas avós e avôs tão especiais.
Sara Morais, 12 anos, Porto
“A coisa mais incrível que aprendi com a minha avó foi ver o mundo com outros olhos. A minha avó vive tão animada, é tão querida e faz as coisas de uma forma tão diferente que seria quase impossível não aprender alguma coisa com ela. Também foi ela que me ensinou a fazer rissóis, a fazer bolos, a jogar ao disco, a passear cães e a rir. Ela chama-se Arminia e tem 73 anos. Acho que é a ela que vou buscar a teimosia irrefletida. E a minha avó faz cada coisa! É de partir a rir! Razões não faltam para querer estar sempre com ela.
Por querer retribuir-lhe tudo isto, ando a ensinar-lhe a mexer nas “tecnologias de hoje em dia” e tem estado a correr surpreendentemente bem, porque quando a minha avó quer realmente alguma coisa ela luta por isso (teimosia também é persistência). Eu adoro-a! Também porque seria impossível não adorar. É por isso que o meu dia melhora sempre que a vejo. Com isto do coronavírus não pude abraçá-la tanto quanto queria mas, quando puder, vou dar-lhe O MAIOR ABRAÇO QUE JÁ DEI A ALGUÉM! Porque, como já disse, mas tenho de repetir (porque ela é duplamente, triplamente, INFINITIVAMENTE adorável), eu adoro-a!”
Joana Alves, 16 anos, Vila Verde
“Falar sobre os meus avós é muito fácil, já que tenho muito para contar sobre eles, especialmente sobre os meus avós maternos com os quais convivo mais.
O meu avô tem um nome raro. Chama-se Libório e tem 80 anos, mas está sempre cheio de energia. Durante muito tempo trabalhou no jornal local, o Notícias dos Arcos, e com ele aprendi o gosto pela leitura. Na secção gráfica do jornal, havia máquinas de impressão e bem antes dos computadores, aprendi que as notícias eram escritas manualmente com pequenas letras de chumbo. Imagino o trabalho que dava! Também me fazia pequenos blocos de papel coloridos que ainda hoje guardo.
A minha avó chama-se Rosa e tem 75 anos. É muito divertida e tagarela. Adora contar histórias antigas e ensinou-me a fazer bolinhos de jerimu. São uns bolinhos de abóbora que adoro comer no Natal. Além disso, está sempre disponível para cozinhar os meus petiscos preferidos. Os meus avós moram em Arcos de Valdevez, uma pequena vila muito bonita que adoro visitar.”
Sara Claro, 12 anos, Lisboa
“A minha avó materna chama-se Maria Isabel (avó Bé), tem 80 anos, e ensinou-me muitas coisas divertidas! Ela sabe coser, bordar e tricotar muito bem. Quando eu tinha 8 anos, fiz o meu primeiro bordado! Foi uma flor muito simples, mas gostei imenso da experiência. Agora estou a fazer uma toalha de mesa em ponto cruz, que ainda vai levar algum tempo.
Ela também me ensinou a atirar a omelete ao ar sem cair no chão! A minha mãe, para além de não saber fazer isto, também não me deixa fazê-lo em casa com medo que a omelete vá parar ao meio do chão. O que ela não sabe é que a avó põe sempre um prato por baixo, por via das dúvidas! É uma avó muito positiva. Lembro-me que quando parti um dente definitivo ela tirou a dentadura e disse: “Não te preocupes, vive-se muito bem assim!”
Com a minha avó paterna aprendi especialmente a cozinhar, mas não só. Chama-se Maria Assunção (avó São), tem 83 anos, e ainda hoje sei de cor a receita das batatinhas no forno. Ficam muito boas! Também me ensinou a fazer um chapéu, mas em miniatura, para bonecas. Ela tem um quintal, com muitos tipos de plantas, por isso, ensina-me a mim e à minha irmã algumas coisas sobre plantas, como a quantidade de água a dar a cada uma e o que fazer quando o caule se parte. Gosto muito dela!
O meu avô paterno chama-se Mário José Claro (avô Mário) , tem 84 anos, e faz vinho em casa! Todos os anos, lá para setembro, ele faz a água-pé (acho que é assim que se chama) e, normalmente, há um almoço em que os adultos a provam; pelo que dizem é muito boa mas ainda não sei… Só tivemos um ano em que não houve vinho para ninguém! Eu tinha 3 anos e abri a torneira da pipa sem querer, ficou o vinho todo espalhado no chão! O meu avô também tem uma quinta, onde ele planta feijão verde e nabiças. Também tem galinhas, que dão ovos muito bons porque são naturais! Os meus avós são fantásticos!”
Joana Valada 14 anos, Tomar
“Os avós são insubstituíveis, são aqueles que não nos abandonam nunca e que nos dão as ferramentas e os valores necessários para seguirmos o nosso caminho com confiança. Os meus avós são as pessoas que não desistem de mim, e que me fazem acreditar nas coisas bonitas e importantes da vida. Quando, por exemplo, fazem questão de me apoiar em tudo o que faço, frisando sempre que o que prevalece é o amor e a felicidade. Transmitem-me a força e a segurança necessárias para enfrentar as diferentes situações da vida.
Apesar de aprender muito com todos os meus avós, a minha avó materna passou-me uma responsabilidade: deu-me a conhecer os segredos do seu arroz doce, o melhor arroz doce do mundo e a sua especialidade! Mas tenho a certeza que a coisa mais importante que todos eles já me ensinaram foi saber guardar as memórias que criaram e continuam a criar comigo, para sempre dentro de mim, e nunca esquecer o exemplo que são, porque um dia sonho em ser como cada um deles!”