Quem quiser entrar no Centro Pedagógico e Interpretativo da Escola Secundária Quinta das Palmeiras para ver esta exposição tem de se preparar. Logo à entrada, os visitantes são separados por um soldado nazi: homens para um lado e mulheres para outro.
Também têm de dar o seu nome e idade, e os seus objetos pessoais, como malas, são lhes retirados. A seguir, é-lhes colocada uma braçadeira com a cruz de David, que os judeus foram obrigados a usar pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
«Criou-se este cenário porque queremos que os visitantes sintam na pele o que as pessoas que chegavam a um campo de concentração sentiam», explica Laura Barão, 16 anos, aluna do 11.º ano.
A exposição, além de fotografias, documentos da época e excertos de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, pretende dar aos visitantes uma experiência o mais real possível, mostrando o que se passou com os judeus enviados para os campos de concentração nazis.

Para tornar tudo mais «real», vários alunos ensaiaram com o professor Abel Silva, responsável pelo grupo de teatro da escola, o papel a desempenhar. «O professor ajudou-nos a criar um ambiente hostil. Neste espaço até está frio e ouvem-se sons de um campo de concentração», conta João Vianna, 16 anos, também aluno do 11.º ano.
Devidamente fardados e identificados com uma braçadeira com a suástica (símbolo nazi), os alunos recebem os visitantes. «No momento em que a professora nos entregou a braçadeira com a suástica, não me senti bem…», confessa João, que fez tudo por desempenhar o seu papel como haviam ensaiado. «Na inauguração, até tirámos os objetos à bruta. As pessoas não estavam à espera e reagiram com surpresa.»
Aprender História fora da sala de aula
Hoje, dia 27, a escola fecha para férias durante uma semana mas, assim que começar o segundo semestre, a exposição fica aberta a todos os alunos da escola e também aos pais que a queiram visitar.
Para Laura, este tipo de trabalhos que alunos e professores desenvolvem no Centro Pedagógico e Interpretativo são importantes e uma maneira diferente de aprender «porque há pessoas que não sabem o que se passou. Não sabem o que levou ao Holocausto ou o quanto as pessoas sofreram. É importante conhecermos a História.» João concorda: «E também porque aprendemos fora da sala de aula. É muito diferente do que ler só no manual.»
Lídia Mineiro, professora de História e uma das pessoas envolvidas na planificação da exposição, sublinha que, além de estarem presentes na exposição assumindo as suas personagens, os alunos do 9.º e 11.º anos que estudam este tema na dsciplina de História também participaram na recolha dos vários objetos espalhados pelo espaço e assitiram a filmes e documentários que os ajudaram a «recriar» e a compreender o que foi o terror do Holocausto.
Vê agora as imagens da exposição