Nas últimas décadas, o Homem tem feito dos mares um gigantesco caixote do lixo. Os objetos de plástico são os maiores poluidores dos oceanos. Mas se garrafas e as embalagens de detergente, por exemplo, se veem bem, o mesmo não acontece com os microplásticos − pedaços muito pequeninos, com menos de cinco milímetros de diâmetro. Podem ser restos de objetos que se foram desfazendo com o tempo ou fibras da tua roupa, por exemplo. Leves, são levados pela corrente e atingem zonas mais profundas. Além de ser mais difícil retirá-los da água, os animais confundem-nos com alimento e acabam por comê-los. Isto é um perigo para a saúde deles mas também para a nossa, pois alimentamo-nos desses peixes e crustáceos.
A «praga» dos microplásticos
Os microplásticos são tão pequenos que parecem chegar mesmo a qualquer lado. Em março, cientistas descobriram uma nova espécie marinha, parecida com um camarão, no local mais profundo do planeta, a Fossa das Marianas, no oceano Pacífico. O crustáceo, que vive a uma profundidade de sete quilómetros e tem cerca de cinco centímetros, foi batizado de Eurythenes plasticus. Porquê? Em “homenagem” ao plástico que tinha ingerido…
O LIXO EM NÚMEROS
Crê-se que 90% do lixo nos oceanos é plástico.
Em 2025, estima-se que, por cada 3 toneladas de peixe, haverá uma tonelada de plástico.
15% encontra-se à superfície da água e outros 15% dão à costa, poluindo as praias.
70% desse plástico encontra-se nos fundos marinhos.