A grande entrevista com Agustina Bessa-Luís, a que adorava protestar, a que sonhava em dançar com o rei da Suécia e a que gostaria de ter sido uma tirana, como a Catarina da Rússia, aquando do centenário do nascimento da escritora

Olá, bom-dia

Para Agustina Bessa-Luís, o ano de 2002 foi, digamos, um ano em cheio. Acabava de receber, pela segunda vez, o maior galardão literário português e, a 15 de outubro, faria 80 anos. “Estou numa fase de juventude precoce”, dizia com a graça que se lhe conhece. Depois d’ Os Meninos de Oiro (1983), Agustina voltava a vencer o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), com o primeiro volume da trilogia O Princípio da Incerteza (os dois primeiros livros dessa trilogia, Joia de Família e A Alma dos Ricos, foram adaptados ao cinema por Manoel de Oliveira).