Olá, bom-dia
António tinha 18 anos quando, numa viagem nostálgica pelas suas raízes familiares, visitou pela primeira vez a Índia. Na companhia do pai, o escritor Orlando Costa, e do irmão mais novo, Ricardo, então com apenas 11 anos, o jovem Costa conheceu o país dos contrastes maiores: deixou-se encantar pelas belezas naturais do território dos antepassados, mas, ao mesmo tempo, ficou chocado com a miséria de Bombaim, “uma experiência muito traumática”. Na referida viagem, um dos episódios recordados no artigo O Brâmane de Lisboa, que aqui recuperamos para esta Arquivo VISÃO, António Costa ainda não tirava partido dos sabores acentuados da comida local. “Não gostava de picante”, dirá mais tarde. Hoje, o jovem Costa é primeiro-ministro de Portugal e, desde que foi eleito secretário-geral do PS, em 2014, tem a Imprensa do subcontinente orgulhosamente aos seus pés, por ser o primeiro descendente de indianos a chefiar um governo ocidental. Filipe Luís, editor-executivo da VISÃO, escreveu O Brâmane de Lisboa, publicado na nossa edição de 17 de janeiro de 2017, a propósito de uma visita de António Costa à Índia, com o intuito de reforçar os laços bilaterais (uns meses mais tarde, no verão de 2017, seria a vez de Narendra Modi, primeiro-ministro indiano, a estar em Lisboa).