Percebemos que o aeroporto de Zurique é demasiado grande quando, supostamente com três horas de escala no aeroporto suíço, temos que andar a correr da porta A de desembarque para a porta D, que ficava na ponta contrária, onde tínhamos de embarcar para o avião destinado a Bucareste. E especialmente quando há avisos de 15 em 15 minutos sobre o tempo estimado de umas portas para as outras.
Claro que isto tudo só foi possível porque, em Lisboa, não saímos a horas, mas em Zurique, o avião não esperou nem mais um segundo depois da hora marcada para partir, ou não fosse este o país dos relógios (que também abundam por toda a parte).
E, só a título de curiosidade, percebemos que estamos mesmo a voar numa companhia suíça quando, no final do voo, nos entregam chocolates de leite deliciosos.
Depois de um dia passado em aviões, a voar de Lisboa até Zurique e de Zurique até Bucareste, tivemos muito pouco tempo para fazer mais do que procurar o hostel que nos esperava. Enquanto aguardávamos pelas nossas mochilas, um primeiro conselho de alguém que falava minimamente português (e que decidiu meter conversa connosco, depois de nos ouvir a falar): “Se quiserem apanhar um táxi, não escolham outro que não os das partidas. É que estes que estão aqui à porta [e apontou para a saída] praticam taxas muito altas”. Claro que não escolhemos a opção do táxi, sequer, mas para sair daquele aeroporto que fica completamente nos subúrbios da cidade, também não aconselhamos a opção transbordo numa “espécie de carrinha” (a que os habitantes locais chamam “autocarro”) até à estação de comboios mais próxima, que fica perdida num terreno de terra-batida.
Chegados ao hostel, sãos e salvos, conhecemos o Mirko, natural da Holanda, que trabalha há dois anos em Bucareste. Não fazemos ideia o que o fez mudar-se, até porque nos poucos mais de 15 minutos que tivemos à conversa, queixou-se logo do fraco ordenado que aqui recebe, mas, o que é certo, é que fala com paixão de uma cidade que não é sua, mas que conhece como a palma da mão. O holandês-recepcionista-do-hostel-de-Bucareste (como o vou recordar para sempre), que deve ter perto dos 30 anos, mostrou-nos o hostel como se este fosse a sua casa, entregou-nos um mapa da cidade e indicou-nos os principais atrativos, quer de dia, quer de noite. Recebeu-nos como se de seus amigos nos tratássemos, até já sabia que éramos de Portugal e oferece-nos um chá gelado de receita caseira (para combater o calor que por aqui faz).
Num hostel onde já estavam instalados cinco alemães, pensamos que seria interessante ver o jogo do Euro 2012 por aqui, mas parece que eles tiveram mais medo de perder do que nós, e acabaram por deixar só para nós a televisão da sala comum. Destemidos, ou não, o que é certo é que eles acabaram por festejar bem mais do que nós, que guardamos o cachecol na mochila, até ao próximo jogo.