Inês Sousa Real

O PAN arrancou para a campanha com um passeio pela trela no Parque das Nações, em Lisboa. Os cães não votam, mas Inês Sousa Real aposta na agenda animalista para sobreviver no Parlamento e recuperar um grupo parlamentar

Último debate das legislativas na televisão, mas com oito forças políticas, além de manchado pela tinta vermelha projetada por ativistas climáticos, pouco esclareceu quanto à viabilização de uma maioria relativa pelo segundo partido mais votado. Pedro Nuno Santos deu nova explicação sobre esse tema, do qual Montenegro voltou a fugir. Quanto ao resto, nem foram os líderes dos dois maiores partidos que se destacaram quando se discutiu Justiça, Saúde e impostos

Por estes dias de afeto e reflexão, desafiámos sete políticos a oferecer prendas de natal. Nos cabazes, que cada um revelou à VISÃO, há muitos presentes envenenados – mas o que conta é a intenção. De viagens de avião sem regresso a livros de boas maneiras, António Costa foi o mais mimoseado. Só o PCP e o BE não aceitaram o desafio, quando viram nomes que consideraram incómodos na lista dos presenteados

A deputada única do PAN, partido que acaba de propor a entrada de um novo crime no ordenamento jurídico, o “ecocídio”, explica o conceito. Nesta entrevista, também reivindica ter influenciado o Orçamento do Estado no sentido de acomodar 100 milhões de euros de investimento em matéria ambiental e de proteção das pessoas e dos animais. E rejeita a acusação de radicalismo ou proibicionismo: “É uma caricatura grosseira”

O PAN perdeu o seu grupo parlamentar, após os maus resultados nas legisltivas de 30 de janeiro, mas Inês Sousa Real afasta um cenário de demissão e eleições internas antecipadas. Numa visita ao local de trabalho da (agora) deputada única do PAN, Inês Sousa Real confidencia à VISÃO que espera "dialogar com a maioria do PS" e "dar dignidade" ao trabalho dos deputados únicos para "fazer avançar o projeto e as causas" do partido

Inês Sousa Real chegou ao Mercado de Algés de comboio e, no último dia de campanha, tentou recolocar o partido nos carris. Sobre a "guerra" com a CAP e as notícias que visavam a atuação das suas empresas, a porta-voz do PAN falou de "ataques concertados", por o partido ter "enfrentado interesses instalados". "A população está esclarecida", garante. E, por isso, acredita que, nestas eleições, o PAN se vai confirmar como "fundamental" para definir quem governa

No Mercado de Periscoxe (Loures), um apoiante do PSD "abriu a porta" a Inês Sousa Real: "Gostava de a ver num Governo do PSD", disse. A porta-voz do PAN desconversou, mas sempre foi adiantando que espera ser, após as Legislativas, "uma oposição construtiva", seja com Costa ou Rio como Primeiro-ministro. O apelo ao voto só falhou nas bancas dos enchidos e do peixe

A agenda do PAN era simples: contestar o aeroporto do Montijo e passear por Almada para contactar com o eleitorado. Mas os ataques ao partido (e o "fantasma" Cristina Rodrigues) prometiam estragar o ambiente de confiança e boa-disposição entre a comitiva – Inês Sousa Real não se atemorizou e, sem palavras meigas, dedicou-se a disparar: contra a CAP, Manuel Alegre e a ex-deputada do partido

Rio foi para o frente a frente com Sousa Real disposto a não afrontar quem pisca o olho ao PS e PSD. Mas a porta-voz do PAN, que rumou até ao Porto ao encontro do seu oponente, desferiu um duro golpe ao líder laranja sobre democracia parlamentar e provou que não assina de cruz um acordo futuro no que toca a impostos e proteção animal e ambiental

Catarina Martins chegou aos estúdios da RTP decidida em afastar Inês Sousa Real de eventuais apoios à direita, mas a porta-voz do PAN voltou a não se comprometer. Certezas, só uma: a extrema-direita não conta como solução

À partida, é muito mais aquilo que os une do que aquilo que os separa. Mas, no final do frente a frente entre Rui Tavares e Inês Sousa Real, fica a certeza que futurologia é prática arriscada no mundo da política

Cristina Rodrigues lançou uma provocação à porta-voz e deputada do PAN. Comparou o caso de Inês Sousa Real com o do ex-vereador do BE da Câmara de Lisboa, que saiu devido às contradições entre as posições políticas e a prática privada como proprietário imobiliário

No Irrevogável, o programa de entrevistas políticas da VISÃO, a líder parlamentar do PAN ataca a GNR e o presidente da câmara e revela que veterinário municipal disse, ao telefone, que os cães e gatos "estavam bem sem os ter visto". E ainda antecipa que o "namoro" entre Costa e Rio "tem os dias contados"