Bernardo Pires de Lima
Nos 20 anos da Cimeira das Lajes
Se a guerra do Iraque ajudou a transformar o sistema internacional para pior, a Cimeira das Lajes foi um dos retratos formais desse arranque
Diplomacia e assimetria
Apesar dessa manifesta proximidade, a guerra na Ucrânia provou não existir uma verdadeira aliança sino-russa, no sentido em que o envolvimento de um no conflito não implicou igual comportamento do outro
Novos tempos?
Portugal, que habitualmente está apenas representado pelo titular da Defesa, devia apostar mais na presença em Munique, alargando a sua delegação. E não vale argumentar que os temas estão habitualmente focados nos dilemas a leste, porque é precisamente por isso que não podemos ficar na periferia estratégica sobre o futuro da Europa, deixando que outros pensem e decidam por nós
O discurso de Guterres
O discurso de Guterres concilia-me com a ideia de que nem tudo está perdido para o fatalismo, apesar do ar dos tempos e dos limites dos cargos
A espiral autodestrutiva
A última coisa que precisamos é de uma espiral autodestrutiva entre aliados
O Japão aqui ao lado
O que parece certo é a impossibilidade de continuarmos a ver a evolução dos acontecimentos globais com a mesma lente passiva, com a mesma doutrina impávida, com os mesmos instrumentos obsoletos. E isto é válido também para Portugal
O trimestre decisivo
Não passarão
A social-democracia e a globalização
A fase que atravessamos talvez possa estar a convergir na necessidade de regionalizar a globalização, redesenhando cadeias de valor industrial mais previsíveis, redes logísticas mais estáveis, controláveis, baratas e sustentáveis, mais capacidade produtiva autónoma, maior variedade de mercados importadores de energia menos poluente, matérias-primas críticas e bens alimentares de primeira necessidade
Eleições, reuniões, canhões
Este seria um bom roteiro para 2023. O problema é que a racionalidade de Putin é altamente discutível e a brutalidade pode ser, novamente, a escapatória
O ano zero da nova Europa
A guerra na Ucrânia, epicentro do futuro da Europa e transformadora de dinâmicas globais, colocou 2022 no lote restrito de outros anos invulgares – na História
Mais livros, menos redes sociais
As sugestões de leitura de Bernardo Pires de Lima
Em defesa do interesse nacional
Podemos sempre optar por fazer análise à espuma dos dias, quando avaliamos um protagonista político. Dar um tom apocalíptico a um legítimo estado de alma. Preferir olhar para a forma e desleixar o conteúdo. Será uma análise certamente cheia de partilhas, mas coxa a um dos ângulos mais desvalorizados, embora de enorme relevância, da nossa política externa: a diplomacia do Presidente da República
A adesão da Ucrânia
A integração futura da Ucrânia na União Europeia merece, pela transformação que opera, um acompanhamento crítico atempado, receita que devíamos ter cuidado nos anos prévios ao grande alargamento a Leste de 2004, que transformou a Europa e a posição relativa de países como Portugal
Otimismo da vontade
Não só as mais importantes peças do xadrez se estão a mover, com vigor e acerto, como também os tabuleiros que as procuram organizar parecem ter mais instrumentos do que pensamos
As sete vidas do trumpismo
Trump teve em 2020 mais doze milhões de votos do que em 2016, sobreviveu a dois impeachments e, até ver, à investigação sobre a incitação a um golpe de Estado. Alguém que continua a movimentar-se na política norte-americana como vimos nesta campanha, está longe de estar morto politicamente
A liberdade está a passar por aqui
O grito que se ouvia aquando da queda do Xá – “morte ao ditador” – regressou novamente às ruas do Irão. A ânsia por direitos civis parece ter promovido o divórcio com o regime. A dúvida é se ele será ou não irreversível
Sinais de fogo
Talvez o maior sinal da degenerescência que atinge uma democracia esteja na sua tolerância à incitação à violência, expressa por um responsável político. Trump já tinha avisado ao que vinha na campanha de 2016, quando encorajou à prisão de Hillary Clinton em comícios exuberantes
Os riscos para a democracia
Sunak foi cooptado pela mesma maioria com a qual reconheceu ter atingido o seu limite enquanto governante. Quer isto dizer que foi ilegítimo ou ilegal o que fez? Não. Mas quer dizer que a ambição pessoal derrotou, implacavelmente, a relação estrutural que deve existir entre quem elege e quem respeita o resultado dessa escolha
“O maior risco para a democracia atual é a captura da direita moderada pela extrema-direita”
Pedro Marques Lopes e Bernardo Pires de Lima, cronistas da VISÃO, refletiram sobre os riscos para as democracias liberais, em Portugal e no mundo, no VISÃO Fest. Com “crescente preocupação” com o progresso dos movimentos extremistas. Veja o vídeo
Para lá da espuma dos dias
Desde 1990 que a economia chinesa não crescia abaixo da média asiática. Três décadas a crescer a 9% ao ano, para atingir 2,8% neste ano, não é um sinal particularmente positivo para quem tem assentado a linha política num modelo económico baseado em exportações e alto consumo energético