Precisamos urgentemente de adotar um modelo de desenvolvimento económico que nos coloque a crescer sustentadamente e a convergir com os melhores países da União Europeia, ao invés do modelo socialista em vigor que nos empurra cada vez mais para a cauda da Europa. Necessitamos de um país com um elevador social a funcionar que permita às pessoas subirem na vida, que não as condene à estagnação ou a vidas duras, difíceis e sem esperança ou alegria.
Vamos aos factos: há duas décadas que Portugal caminha para a posição de país mais pobre da Europa. Em 2000, ocupávamos a 15ª posição no ranking europeu do PIB per capita. Hoje, ocupamos a 19ª posição. Estamos, portanto, a caminho da 27ª. E última.
Nestes últimos 20 anos, fomos ultrapassados pela Eslovénia em 2003, a República Checa em 2007, Malta em 2009, a Estónia em 2017 e a Lituânia também em 2017. Já só temos atrás de nós 8 países, 3 dos quais à beira de nos ultrapassarem: a Eslováquia, a Hungria e a Polónia.
Quando nos comparamos com os outros 14 países da coesão, constatamos que esses países cresceram muitíssimo mais do que nós, o que explica que nos tenham vindo a ultrapassar metodicamente ao longo dos últimos 20 anos, incluindo nos últimos 6 anos. Há 20 anos, o PIB per capita português, era 85% da média europeia. Hoje é de 79%.
Para encontrarmos 2 décadas como estas, 2 décadas de afastamento da média europeia, é necessário regredir às 3 primeiras décadas do século XX, 3 décadas de caos e guerra. Estes 20 anos de fracasso foram anos em que o Partido Socialista governou sempre, salvo em situações de emergência financeira, que essa governação provocou.
Quando me perguntam pelos resultados de anos e anos de governação de socialista, não encontro melhor demonstração do que estes tristes factos.
Compreendo que o Partido Socialista e os seus parceiros da extrema-esquerda façam tudo o que podem e não podem para escamotear esta triste realidade e fechar a sociedade portuguesa numa bolha. Reconhecer a realidade seria reconhecer os danos que a sua governação tem causado ao País.
Os próximos anos vão ser piores do que os últimos. De acordo com as previsões europeias, secundadas pelas da OCDE, em 2022, o PIB português estará 1% acima do nível pré-crise. A União Europeia no seu conjunto estará 2,2% acima. Os outros países da coesão estarão 4,1% acima de 2019.
A crise económica e social que se seguiu à pandemia veio mostrar as debilidades estruturais da economia portuguesa, que nos têm empurrado sistematicamente para o lugar de país mais pobre da Europa. Nesta crise caímos mais do que os outros, tivemos um esforço orçamental menor do que outros países, protegemos menos do que os outros o tecido produtivo e o emprego e estamos a recuperar mais lentamente do que os outros.
Eis o resumo da nossa triste situação, eis o resumo do socialismo que condena o nosso futuro coletivo a um país estagnado e que não consegue sair da cepa torta.
E porquê?
– Baixíssimos níveis de investimento;
– Um inferno de burocracias várias;
– Uma elevada carga fiscal sobre o trabalho, o emprego e as empresas (que só orgulha os socialistas);
– Uma elevada carga fiscal que nem sequer assegura serviços públicos de qualidade;
– Um sistema fiscal punitivo e zero competitivo,
– Um país que não é atrativo para quem quer investir;
– Um sistema de justiça ineficiente e sem consideração por quem investe;
– Um Estado que desconfia dos cidadãos e das empresas;
– A produtividade da nossa economia estagnada há 20 anos;
– As qualificações dos nossos alunos a descer no panorama internacional;
– A permanente desconsideração pelo mérito.
Não há milagres. Nem maldições. Não somos a nação mais pobre da Europa ocidental por acaso. Não caminhamos para o lugar da nação mais pobre de toda a Europa por acaso. Não espero que o imobilista PS e a extrema esquerda-esquerda que o apoia mudem. A continuidade destes 20 anos de estagnação são o que podemos espera com esta maioria de PS e aliados.
Sair da estagnação exige uma economia que não estigmatiza quem investe, quem arranca com o seu próprio negócio, uma economia que não é soterrada por um sufoco fiscal, uma economia que valoriza quem cria riqueza e emprego, condição sem a qual não conseguimos fortalecer o Estado Social e proteger os mais vulneráveis da nossa comunidade ‒ dos mais jovens aos mais velhos. Só é possível um Estado Social forte com políticas públicas e sociais que transformem a vida das pessoas com uma economia pujante, dinâmica e concorrencial.
Sair da estagnação exige uma economia e uma sociedade – da escola ao mercado de trabalho, do Estado às empresas – que se preparam para a economia digital e sustentável, em que os novos modelos de negócio e o avanço da robotização e da inteligência artificial representam mais oportunidades para Portugal e para todos os cidadãos, ao invés de um ainda maior atraso face aos países mais desenvolvidos.
Sair da estagnação exige que o Governo não secundarize as empresas no Plano de Recuperação e Resiliência, como se prepara infelizmente para o fazer, preferindo canalizar verbas para o Estado ao invés de se focar no fortalecimento das nossas empresas, na sua competitividade e produtividade, na criação de emprego com qualidade e de elevado valor acrescentado.
Sair da estagnação exige que as políticas públicas priorizem a capacidade de qualquer pessoa subir na vida (“elevador social” é expressão que nunca se ouve no léxico socialista), exige envergonharmo-nos com um país onde quem nasce pobre tem de esperar cinco gerações até sair da pobreza. Para qualquer pessoa, nomeadamente as mais pobres na nossa sociedade, “subir na vida” exige uma educação efetiva e de qualidade, uma casa adequada, um salário decente, um projeto de vida que a realize, acesso à informação, ao desporto e à cultura enquanto meios de promoção social e de autoestima individual.
Sair da estagnação exige ter a capacidade de admitir que a receita socialista está a conduzir o país à cauda da Europa e acima de tudo, exige a coragem política para efetuar reformas fundamentais no Estado, na sociedade e na economia. A estagnação não é nem tem de ser o nosso destino.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.