Em todo o aparato visual e mediático que acompanhou Trump em Nova Iorque, da sua torre até ao tribunal, quem sobressaiu, e assumiu o comando das operações, foram os serviços secretos, com dezenas de elementos na sua proteção. Quem o queria ver algemado não conseguiu, por recusa desses agentes, e admite-se que foram eles próprios a tirar as suas impressões digitais, para evitar um processo humilhante e obrigatório.
Que circo. Que filme. Que história para se contar aos filhos e netos. Nos acessos à sala do tribunal, os agentes da polícia, do tribunal, e os homens dos Serviços Secretos atafulhavam o corredor, com cobertura em direto das televisões. Nunca ninguém tinha visto esta cena. Quem lá estava, em funções, nunca esquecerá este acontecimento histórico.
Trump, de rosto fechado, estava no seu melhor. Era tudo o que queria, a um ano e nove meses das eleições presidenciais americanas, e a muito menos tempo de poder ser declarado o republicano que enfrentará Biden, em novembro de 2024. Se Biden avançar. Nunca se sabe. A mulher é que manda, e o presidente está cada vez mais tropeção, cansado, esgotado, e incapaz de articular um discurso sem erros nem enganos.
E o que mais ajudará Trump, na sua corrida eleitoral, é que o julgamento deste caso só acontecerá, na melhor das hipóteses em 2024, ou 2025. Está escolhido, por isso, o mote da campanha do ex-presidente: «perseguição política e caça às bruxas, para o impedirem de voltar à Casa Branca». Sem nunca esquecer de repetir que o juiz é um democrata ferrenho, o que procurador, mais um, foi financiado na campanha pelos milhões de George Soros.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.