O caos em Moscovo, e nas regiões ocupadas pelos russos, está a iniciar o período mais perigoso desta guerra. Putin mandou fazer, apressadamente, referendos no Donbas, mas com um objetivo único: a integração dessas parcelas de território ucraniano na Federação russa, tal como fez com a Crimeia. Assim, os jogos desta guerra assumirão outras proporções.
Putin vai falar à nação, e ao mundo, e nesse discurso poderá dar o passo que falta para o precipício: se o Donbas for integrado na Federação Russa, através da maior fraude do século, então a guerra passará a ser diretamente em território russo, e todos os meios serão legítimos para travar a «invasão» ucraniana, apoiada pelas armas dos aliados.
Putin quer virar o jogo, e isso acarreta uma ameaça iminente para a Ucrânia, mas também para a NATO, União Europeia, Reino Unido, e Estados Unidos, entre outros. Desesperado, o presidente russo prepara-se para medir forças com o Ocidente. A linha vermelha que quer traçar começará no interior da Ucrânia, e para isso ser percebido, de uma vez, fará todas as ameaças.
O Kremlin já perdeu esta guerra contra os ucranianos, sendo apenas uma questão de tempo, mas essa tragédia que mostrou uma potência sem um grande poder militar poderá ser disfarçada com este plano louco e suicida. Alguém se atreveu, até agora, em termos militares, a atingir diretamente a Rússia? Putin já só pode ameaçar e advertir com as armas de destruição maciça, que sempre disse que seriam usadas se estivesse em causa a integridade territorial da Rússia. Está tudo dito.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.