Lavrov, o ministro que só fala em nome do dono, já deu o sinal de alarme: os lançadores de rockets que os americanos vão enviar para a Ucrânia, os «HIMARS», de alta mobilidade e grande precisão, e apenas com um alcance de 70/80 quilómetros – finalmente Biden percebeu que tinha à sua disposição um menu de MRLS – vão mudar a guerra a favor da Ucrânia. É um «gamechanger» que pode destruir as melhores armas, em quantidade e qualidade, das tropas russas: a artilharia, e os seus próprios lançadores múltiplos de rockets.
Lavrov já ameaçou, já amedrontou, já advertiu, mas ninguém lhe ligou. Este ministro dos Negócios Estrageiros, o braço armado de Putin, está verdadeiramente em pânico. Assustado. Não só vão chegar esses sistemas americanos, ultramodernos, como o chanceler alemão também decidiu enviar, finalmente, o melhor dos equipamentos defensivos que a Europa tem: os IRIS-T, mísseis ar-ar, comparáveis aos novos «Patriot».
Juntando os dois equipamentos, os ucranianos passarão a dispor das armas mais avançadas do mundo, que colocarão a Rússia de joelhos. Umas servirão no campo de batalha, no teatro de operações, e eliminarão a vantagem russa, e as outras criarão um escudo numa cidade, destruindo tudo o que venha do ar: mísseis, aviões, drones, e até artilharia. É a «cúpula de ferro» dos israelitas, com os «Arrow 3», concebidos a partir dos primeiros «Patriot» americanos.
A verdadeira luta, agora, é o tempo. Para as duas partes. Os ucranianos precisam de treinar e receber os dois equipamentos, o que não acontece numa semana, e os russos estão a lançar tudo, e todos, para conseguir consolidar a passageira ocupação do Donbas, o mais depressa possível. O sonho de Putin, que era um pesadelo, está a transformar-se num drama pessoal e nacional. É mesmo urgente encontrar uma saída para o homem, mas não na Ucrânia. Em Moscovo, no Kremlin, na Presidência da Federação.
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