Portugal tem um Rt de 1.08, e por insólito que pareça está quase a atingir a taxa de transmissibilidade da Grã-Bretanha, que varia entre os 0.9 e 1.1. O Governo, que está em pleno exercício das suas funções, tem de pressionar o andamento da terceira dose, particularmente na faixa dos 80 anos e mais. E são esses, uma vez mais, a serem dizimados pela Covid.
Crescem os apelos ao regresso do vice-almirante Gouveia e Melo à chefia da «task force» da vacinação, e isso é um sinal de que esta fase está a ser muito lenta a proteger uma população de elevado risco. Foram dos primeiros a ser vacinados, no início do ano (ainda não passou um ano!), e são, por isso mesmo, os que mais rapidamente estão a perder a imunidade.
A mistura sazonal da gripe com o Covid é explosiva para essas faixas etárias mais idosas, e para as pessoas com pré-condições de saúde. O que não faz sentido acontecer, desta vez, com vacinas e dois medicamentos específicos, é andar devagar, devagarinho, na administração do reforço a partir dos 65 anos.
Gouveia e Melo simbolizou a guerra nacional contra a Covid, que teve sucesso interno e externo, e é evidente que estamos a entrar em mais uma batalha que exige rapidez, eficácia e sucesso. Não há menor empenho e vontade da atual equipa de coordenação, mais perdeu-se embalagem. A Europa está a repor algumas medidas restritivas, e chegou a altura de Portugal apressar a terceira dose, para evitar mais um sarilho. Chamem o almirante, por favor.
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