A primeira conquista de Isabel Díaz Ayuso, líder do PP da região autónoma de Madrid, e a que ficará gravada na memória política, foi bater em votos, sozinha, todos os partidos de esquerda em conjunto. É um resultado estrondoso, que já levou à demissão do líder do «Podemos», Pablo Iglésias. E sendo do PP, da direita moderada e alternativa do poder em Espanha, conseguiu o feito extraordinário, em Madrid sublinhe-se, de recolocar o Partido Popular na primeira escolha dos eleitores.
A segunda foi a construção de um discurso completamente virado para as preocupações dos espanhóis, de todos, atacando o PSOE sempre a nível nacional, e nunca caindo no erro de regionalizar a campanha. Este resultado tem um significado muito claro: o PSOE está a cair ao pedaços, do Poder, esgotado de ideias, e visivelmente incapaz de seduzir os espanhóis com a sua governação. Pedro Sanchez e o seu Governo não durarão muito, com a hecatombe à esquerda.
A terceira vitória de Isabel foi demostrar que os partidos tradicionais, desde que assumam as suas bandeiras ideológicas, e se coloquem onde sempre deveriam estar, são capazes de conter as alternativas à direita, mais liberais ou extremadas. Para esse feito, e efeito, a líder regional do PP foi clara, direta e inequívoca, sem rendilhados, nas ideias que defendeu, na visão que tem para o futuro, e nas posições de direita democrática que assumiu, sem receios nem hesitações.
O quarto ouro conquistado significa um sinal de inquietação para o atual líder do PP, Pablo Casado, que também pode estar em perigo. Há uma nova estrela política, mulher, jovem, combativa, popular e com um discurso político que tem tração em eleitores mais desiludidos e afastados, que apostaram nas ideias desta líder.
A quinta medalha de Isabel Isabel Díaz Ayuso, e a que mais nos interessa, é que ela demonstrou ser possível ganhar, forte e feio, a quem governa, e recolocar o seu partido como uma verdadeira alternativa de poder, sem precisar de nenhuma geringonça à direita. O Vox, aliás, teve uma subida residual, e os liberais do “Ciudadanos” desapareceram. Será que isto serve de lição ao PSD? Não seria bom estudar, de cima a baixo, o que fez esta líder regional, que já é estrela nacional? Será que o PSD ainda não interiorizou que o ciclo político da esquerda está a terminar?