1. Durante três dias, horas consecutivas, em reuniões globais, bilaterais, trilaterais e outras formas de pressão, e compressão, fez-se um Jogo de Poder com o Dinheiro de Bruxelas. Quem tem acha que manda, quem precisa faz compromissos, sempre em ambiente dramático, sublime, como se fosse o fim do mundo. A esta hora, neste momento, na 25 hora, ainda ninguém sabe o que vai acontecer. É verdadeiramente triste.
Na democrática União tudo se decide, espantosamente, com a mais antidemocrática de todas as regras. Três ou quatro, ou apenas um, podem vetar, eliminar, destruir o desejo de todos os outros. É de bater com a porta. Assim como está, a UE não serve para nada. Para coisa nenhuma. Bom, não é bem assim. Serve, e muito, para alimentar uma estrutura de milhares de pessoas, instalados em belos e extraordinários edifícios, cheios de pompa, distribuídos por várias cidades, de outros tantos Estados, e gastando sempre mais, muito mais, cada ano que passa.
Em Bruxelas joga-se, sempre, o Poder do Dinheiro. Como no Monopólio. Tem um problema, uma complicação, que é quando entra no jogo, o primeiro de todos os poderes: a Informação. Eles bem podem jogar às casinhas, o tempo que quiserem, mas depois têm de prestar contas, através dos media, às suas Nações. Aos seus cidadãos. Aos que escolheram o terceiro poder, o executivo. Bruxelas tem cada vez pior reputação, mostra cada vez menor eficácia, e exibe uma desfaçatez ilimitada. Tem dinheiro, o nosso, dos europeus, mas não ajuda ninguém. Ter a libertina Holanda a dar sermões a 26 Estados, é o mundo às avessas. De pernas para o ar. É a desunião total.
2. O regresso de Cristina Ferreira à TVI não é, de todo, matéria de análise política pura. É outro planeta, outra realidade.Mas não sendo de política, é de estratégia dura e implacável. Porque se trata, antes de mais, de um jogo de Poder. Tudo começa e acaba no mais forte de todos os poderes: o mediático. Nunca foi o quarto, como se ensina e diz, mas o primeiro, e mais importante.
E se a esse se junta o outro, o dinheiro, então dominam. Antigamente, no século passado, de que já ninguém se recorda, quem mandava, quem dominava, era o complexo militar-industrial. Isso morreu. Agora, quem tem todo o poder, é o binómio Informação e Dinheiro. Podem funcionar separados, em campos distintos, sem complicações. Mas juntos são o Poder dos poderes.
É todo um mundo novo, imparável, indestrutível, global, permanente, sem princípio nem fim, alucinante, à velocidade do 5G.
Quem tem Informação, e sabe para que serve, tem o primeiro de todos os poderes. Quem tem Dinheiro, tem o segundo. Os dois até podem andar juntos, mas o primeiro é dominante, pela simples razão de que pode destruir o segundo. Num instante. Num piscar de olhos.
O Jogo de Poder, o verdadeiro, em Bruxelas ou nos Media, resume-se a quem quer dominar, como se domina, quem foi dominado, quem tem maior poder, influência, quem manda no jogo. Agora uns, depois outros. E no fim, tudo volta ao princípio.