As boas notícias correm rápido. E muito mais num país como os EUA, com as suas quase duas dezenas de agências de espionagem e recolha de informação. Uma delas deve ter informado Trump que o problema da Covid-19 tem solução, e que a ideia veio de Portugal: há excesso de testes. Claro, grande idiotice. E nessas coisas, Trump não perde tempo. “Os Estados Unidos só têm muitos casos de Covid-19 porque fazem muitos testes”. Que lucidez!
Mas sendo quem é, o Presidente americano concluiu com uma verdade que parece inabalável: se os EUA parassem “de testar teria pouco, ou até nenhum, caso do novo coronavírus”.
E não é que tem razão? Ou melhor, quase que tem razão. Não testando, não há número de contagiados, acabam-se aqueles gráficos e quadros diários, dramáticos, não se fala mais no assunto, e cada um vai à sua vida.
Há um senão, que Trump não explicou, mas que já tem uma ideia, certamente esclarecedora. Genial, como gosta de dizer. Como é que se faz com as pessoas que aparecerem nos hospitais com SARS-CoV2? Pois, que chatice.
Como sai Trump deste aparente bloqueio? Não há coronavírus, oficialmente, mas há doentes e mortes. Bloqueio, para ele? Isso nunca. Então é simples: os que se safarem tiveram uma ligeira pneumonia, e os que morrerem, foi da idade. Azar, apenas.
Certo, certo é que não pode ter sido da Covid-19, porque esse não mora nos EUA. Não existe. Ninguém o conhece. Nunca foi visto. Nem sequer testado. Está resolvido.