Rui Rio e Paulo Rangel estão na reta final para as eleições diretas, que se disputam este sábado. Com várias distritais de peso e muitos barões do seu lado, Rangel leva vantagem teórica, mas as diretas servem, precisamente, para dar a palavra a cada militante – e os votos valem todos o mesmo. Essa é a aposta de Rui Rio, que tem feito um apelo ao que chama o “voto livre”. Embora tenha anunciado que não faria campanha, Rui Rio teve uma semana cheia de contactos com militantes, com uma forte aposta na Madeira, onde há três mil votos que podem ser decisivos. E acusou o adversário de falta de transparência, ao não responder sobre cenários pós-eleitorais, enquanto ele se declara disposto a negociar, quer à direita, quer à esquerda, viabilizando um governo PS, se for o caso.
O argumento é o de que Rangel se comporta como António Costa, em 2015. E David Justino reforçou essa nota, esta semana. Mas, em primeiro lugar, trata-se de um mito: em 2015, António Costa, em três momentos, prometeu romper o chamado “arco do Governo”, e disse que chamaria PCP e BE a soluções governativas. Afirmou-o no congresso de 2014, e, em 2015, reiterou-o em entrevistas à VISÃO e à Antena 1. Em segundo lugar, não é normal que os partidos falem de acordos pós-eleitorais antes de irem a eleições. Passos Coelho também nunca disse que faria uma coligação com o CDS…