Os inimigos da democracia não descansam. Apoiados por idiotas úteis ou por tontos que não sabem que amanhã serão eles as vítimas, vão vencendo batalhas sucessivas. Para quem quer destruir a democracia liberal é vital descredibilizar os políticos. Instalar o discurso de que apenas querem o poder para obter vantagens, para si e para os seus, e que não há distinção nenhuma entre os dos vários partidos. Mostrá-los corruptos ou, no mínimo, ardilosos e sem qualquer interesse no bem comum. É, assim, fundamental evitar que pessoas bem preparadas, sérias e competentes tenham cargos políticos, e que, em vez delas, os lugares sejam ocupados por medíocres ou jotinhas, que só conheçam a intriga partidária, ou corruptos.
Pagar salários não condignos com a responsabilidade dos cargos foi uma das batalhas travadas e em que os inimigos da liberdade e da democracia ganharam em toda a linha. Pensar que um ministro ganha o mesmo de um quadro médio de uma multinacional ou que o presidente da Câmara de Lisboa ou do Porto têm o salário de um gerente de uma sucursal bancária diz muitíssimo sobre o modo como se quer que olhe para os cargos que dizem respeito ao bem-estar da comunidade.