Rui Rio prometeu recolocar o PSD no trilho das políticas social-democratas, depois da deriva direitista que começou em Durão Barroso e teve o seu apogeu com Passos Coelho. As propostas que foi fazendo iam nesse caminho, mas depois deitou tudo a perder com um clamoroso erro e uma espécie de crime político.
O crime foi alijar o património ideológico do PSD, fazendo um entendimento nos Açores com um partido que despreza os valores essenciais dos sociais-democratas. Para piorar, foi equívoco, durante a campanha eleitoral, sobre a possibilidade de acordos com o Chega. Tudo, depois disto, é secundário. Quando se desprezam princípios fundamentais, não resta nada. O eleitorado deixa de perceber qual a substância das políticas, o que se defende e, cedo ou tarde, afasta-se. Num partido com o lastro do PSD, esse processo é mais lento mas inevitável. Ninguém se revê no vazio ou num partido que hoje defende o oposto do que ontem preconizava.