Era uma vez um fariseu e um publicano, que se encontraram no templo para rezar. Enquanto o autoconfiante fariseu rezava ao Senhor, agradecendo por não ser “como os demais homens, que são ladrões, injustos, adúlteros”, o funcionário público fazia o oposto: humildemente assumia os erros e batia no peito e dizia “Ó Deus, sê propício a mim pecador”. Quem é que subiu aos céus? O publicano, que reconheceu o seu estado de indignidade e confessou a sua necessidade de reconciliação.
A parábola do fariseu e do publicano, contada por Lucas no Novo Testamento, é usada pelos católicos para ilustrar as vantagens da humildade. Na Igreja Ortodoxa, o “domingo do publicano e do fariseu” dá mesmo início ao período de três semanas que antecede a quaresma. Nas raízes judaico-cristãs, arrogância e humilhação são cara e coroa da mesma moeda, pecado e virtude. “Todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”, sentenciou Jesus.