A questão é que muitas vezes elas adoptam este tipo de comportamento mesmo sem ser em relação a algo desconhecido, pois muitas vezes fazem-no em relação a alimentos que já conheciam previamente (muitas até comiam com prazer, sem reclamar!). De qualquer forma, o mais importante é mesmo reforçar a ideia de que esta é uma fase normal e que quase todas as crianças passam por ela.
O que fazer?
O principal conselho, nestes casos, é tentar que o seu filho se habitue a provar os alimentos. Deve dar-lhe a opção de deitar fora se não gostar (e isso deve ser-lhe dito claramente), porque assim ele vai-se sentir mais à vontade para poder experimentar.
Outro conselho é tentar não criar “guerras” à refeição. Se forçar o seu filho a comer, ele vai defender-se e recusar cada vez mais, entrando-se num ciclo vicioso em que ninguém ganha.
Por fim, seja um bom exemplo. Não pode exigir ao seu filho que prove ou coma determinados alimentos se não o fizer também. Assim, tente ter uma alimentação o mais saudável possível, pois isso servirá de incentivo a que o seu filho também o faça.
Pode-se prevenir?
Na verdade, não se pode prevenir completamente, mas há alguns conselhos importantes para que a neofobia não seja tão significativa. Alguns desses exemplos são os seguintes:
– Habitue o seu filho a ver cores diferentes no prato desde que introduz os alimentos sólidos
O treino dos sabores é muito importante, mas o treino visual quando se inicia a diversificação alimentar é igualmente importante. Ainda por cima, tendo em conta que a maior parte das cores que se conseguem colocar no prato provêm dos legumes, que são alimentos que devem ser oferecidos desde “sempre”.
– Não permita ecrãs durante a refeição
Os ecrãs (televisão, telemóvel, tablet, …) são um entrave à componente social das refeições, mas também ao estabelecimento de uma relação saudável com os alimentos, pelo que devem ser evitados em todas as idades.
– Aja com naturalidade
A relação com a comida deve ser algo natural e o seu filho tem que sentir isso. Se fizer demasiada festa só porque ele comeu os brócolos ou a couve-flor ele vai perceber que era algo que não era suposto ter acontecido e é provável que comece a estranhar esses alimentos também.
Como conclusão, gostaria apenas de realçar que a neofobia é perfeitamente normal e faz parte do desenvolvimento infantil, mas isso não implica que se ceda em tudo. O mais importante é mesmo perceber porque surge, o que fazer nessas situações e, acima de tudo, como se pode prevenir.