Numa época em que as famílias se reúnem para partilhar momentos de paz, harmonia e felicidade, e muito importante para os cristãos, os campeonatos por todo o mundo param para descanso e recuperarem forças para o arranque do ano, servindo para as equipas renovarem alento e ânimo enquanto outras prefeririam não parar para não abrandar o ritmo, sinal de que vão bem na tabela classificativa, tendo receio que essa paragem seja prejudicial para os jogadores, descentrando-os do foco principal após esse interregno.
Nas principais ligas europeias os jogadores vão de férias, os estrangeiros regressam à sua terra Natal, para se rodearem de familiares à mesa a confraternizar, sabendo que não podem pisar o risco no que diz respeito à comida, pois qualquer quilograma a mais que tragam na cintura leva multas severas dos clubes, arriscando a começar o Ano Novo a “pagar e pedalar”. Por isso, atualmente, a maior percentagem dos jogadores cuida-se nas férias de modo a não perder a forma, sabendo que o seu corpo é a sua ferramenta de trabalho.
É importante perceber que uma época de futebol é um caminho muito longo a percorrer, que já começou Julho e que, a diário, jogadores, treinadores e dirigentes são obrigados a conviver e partilhar os momentos bons e maus e que, principalmente, nestes momentos menos bons, criam-se atritos e até pequenas desavenças que podem deixar marcas se não forem imediatamente sanadas.Com esta pequena pausa natalícia, normalmente voltam-se a encher os depósitos de tolerância, amizade e espiríto de equipa tão importantes para os próximos meses, com a intenção de cumprir objetivos individuais e coletivos.
À parte de tudo isto está a Premier League, oferecendo aos adeptos da liga inglesa os tradiconais jogos nesta quadra, pois a cultura inglesa desportiva não perdoa que não haja futebol no Natal, colocando o resto do mundo com os olhos no campeonato inglês e, por esta razão, não é por acaso, que na época 2013-2014 a Premier League arrecadou 2,3 biliões de dólares.Creio que pricipalmente por este motivo a liga inglesa não vai nunca virar as costas ao Boxing Day, tradição que originariamente teve a ver com a noite de 24 de dezembro de 1914, onde os soldados ingleses estacionados na França e na Bélgica, foram surpreendidos pelos alemães que apareceram perto das trincheiras, mas desarmados. Vinham com presentes, na intenção de confraternizar com aqueles contra os quais trocavam tiros um dia antes, mas o ápice da confraternização foi quando alguém apareceu com uma bola de futebol. O resto já imaginamos o que aconteceu.
O que está claro é que nesta época festiva as equipas não oferecem presentes umas às outras, não é tempo de limpar armas, mas sim de as carregar para um ano novo, onde alguns treinadores disparam para tudo o que se mexe, não se salvando nem o perú de Natal e se possível roubando jogadores a outros clubes, pois em janeiro abre o mercado de transferências.