O forasteiro chegou a um pequeno povoado, morto de sede. A poeira do caminho devorava-lhe o peito. Pelo som das botas sentiu que havia deixado a estrada e entrara num piso de pedra. Escutou vozes. Eram murmúrios impercetíveis. Foi pisando o chão com a delicadeza de quem entra num cemitério.
Vagueou por entre as duas bermas do caminho: precisava de beber com urgência. A ruela estava deserta. Pensou em bater a uma porta e recorrer aos préstimos de uma alma caridosa. Não foi necessário. À sua frente encontrava-se uma barraca de madeira e zinco. Na fachada, balançava um letreiro ferrugento em que se podia ler sobre um fundo azul-celeste: “BAR – O PRÓXIMO”. A tabuleta estava presa à parede por duas frágeis correntes que chiavam como um piar de coruja.