“O mais feliz dos felizes é aquele que faz os outros felizes”, diz Maria Teresa Albuquerque, que um dia teve um sonho inspirado na Alemanha, onde viveu e trabalhou, e se resolveu a fundar da Academia de Saberes de Aveiro, uma Universidade sénior que visa primordialmente a criação de afetos e laços de solidariedade entre os seus membros.
Maria Teresa era ainda uma jovem recém-formada em germânicas, fazia de guia-intérprete voluntariamente para a junta de turismo da cidade, quando foi convidada para visitar a Alemanha. Ai conheceu Anne Reich, “uma pessoa ativa e dinâmica apesar de já ter passado por duas guerras e ter criado três filhos com dificuldades inimagináveis”.
E pensou: “quando envelhecer, gostava de envelhecer assim.” E foi numa visita a Colónia que teve contato com as Volkshochschulen, escolas destinadas ao povo, frequentadas maioritariamente sobretudo pelos mais velhos. Cerca de 30 anos mais tarde, já reformada do seu lugar de professora de inglês, sentiu, em Aveiro, a falta de um daqueles estabelecimentos.
Estava-se em 2004 e no ano seguinte, com algum apoio da Câmara Municipal, que lhe facultou espaços para iniciar os primeiros cursos, iniciou a aventura da Academia, com 60 formandos.
Os primeiros cursos, de História das Religiões, Música, Inglês e Educação Ambiental, foram-se desmultiplicando ao longo dos anos, abrangendo Pintura, Teatro, Dança, Património, Canto e Informática entre outros. E o número de formandos também não parou de subir, até aos atuais 400, de idades a partir dos 53 anos, distribuídos por 41 turmas.
Trata-se de uma “escola” muito especial, onde o principal objetivo é a partilha de experiências e convivência [já lá se formaram casais de namorados] e onde os “canudos” não têm lugar. Uma forma de envelhecer ativamente, que até é “recomendada pelos médicos de família e psicólogos” aos seus utentes.