Atualmente, onde reside o principal problema de habitação em Portugal? Pode ser resolvido do lado da oferta (construindo mais) ou é preciso arrefecer a procura (por exemplo, limitando o impacto da procura externa)?
Há duas realidades que contribuem para o adensar do problema habitacional: oferta habitacional reduzida e, a que existe, maioritariamente desajustada dos rendimentos das famílias. É por isso fundamental a dupla intervenção em curso: reforma estrutural em prol do reforço do parque habitacional público e resposta conjuntural em prol de um maior ajustamento da oferta existente com os rendimentos das famílias.
É impossível uma intervenção eficaz até o parque habitacional público ser mais robusto? Neste momento, temos 2%. O que seria um peso razoável?
Não há qualquer dúvida de que um parque habitacional público mais robusto é a resposta mais eficaz para a garantia do direito a uma habitação digna, adequada e compatível com os rendimentos das famílias. O objetivo mais imediato é o de aumentar o peso do parque público ou com apoio público para 5%, mas a médio e longo prazo devemos caminhar para a média da União Europeia, que se situa em cerca de 8%.