Está situado numa das zonas mais promissoras (e ainda por descobrir) de Lisboa, foi nomeado para um dos mais importantes prémios de arquitetura do mundo e é atualmente a casa-Mãe de cerca de uma centena de advogados. A nova sede da CCA Law Firm, sociedade de advogados especializada no apoio a empresas tecnológicas, já marca pontos arquitetónicos na Doca de Alcântara Norte, instalada num antigo armazém reconvertido em escritório do século XXI com vista para o rio. O projeto da SpaceWorks (com interiores da Vector Mais) foi nomeado para o World Architecture Festival, o maior festival de arquitetura do mundo e que este ano se realiza em Lisboa.
Instalados há pouco mais de três meses junto ao rio, no Edifício Diogo Cão, os advogados da CCA Law Firm trocaram o muito cosmopolita Chiado por uma das zonas imobiliárias emergentes da capital. Sem arrependimentos, garante Domingos Cruz, managing partner da CCA Law Firm.
“Desde 1949 que estávamos na rua Vítor Cordon, mesmo em frente à CGTP, em pleno Chiado e não havia local mais tradicional do que aquele. Mas acreditamos muito nesta zona, nos projetos que a APL (Administração do Porto de Lisboa) tem para aqui e que vão redesenhar toda esta área ribeirinha… E é, de facto, um outro registo – estar a trabalhar com vista para a Marina…”, conta o responsável.
Um ambiente renovado, com maior ligação à natureza que já passou no teste de aprovação de quem aqui trabalha. “Ainda antes da pandemia já tínhamos implementado uma política de teletrabalho em que era possível as pessoas escolherem se queriam vir trabalhar para o escritório ou ficar em casa. E a verdade é que desde que estamos neste novo espaço as pessoas começaram a prescindir muito mais desses dias. Por vezes até temos situações de ‘overbooking’…” graceja o advogado, em conversa com a Visão.
Assim, a partir de um investimento de pouco mais de um milhão de euros (1,2 milhões mais precisamente) foi intervencionado o antigo armazém das Docas com uma área de cerca de 1.000 metros quadrados e onde foi possível construir uma ‘mezzanine’ com mais 500 m2.
O principal desafio do projeto consistiu na criação de diferentes áreas de foco, colaboração e interação no interior de um armazém amplo e aberto. A solução encontrada passou pela interligação e cruzamento de elementos modulares para dar longevidade e flexibilidade a uma equipa que quer projetar uma imagem de mudança e modernidade na forma como o trabalho jurídico é realizado.
“Esta profissão vive de um conjunto de ideias pré-concebidas e a verdade é que sempre foi feito assim, muito à porta fechada, com gabinetes para os sócios, com condições de trabalho diferentes para os mais novos. Os clientes normalmente entram dentro de um escritório de advogados e não podem ver a máquina a trabalhar e foi isso que quisemos redesenhar… Queríamos um espaço onde os sócios estivessem em conjunto com todos os outros advogados. Onde não existissem paredes, onde as equipas estivessem todas juntas, onde o típico estagiário da hierarquia de advogados trabalha ao lado de um sócio. Isso motiva as equipas e melhora a comunicação”, afirma Domingos Cruz.
Para além do local de trabalho mais tradicional (onde não existem lugares fixos) foram também criadas “áreas de descontração direcionadas para o trabalho colaborativo e outras mais dedicadas à concentração que permitem mais introspeção, estudo e leitura”, explica ainda o responsável.
Foi ainda criado um auditório onde para além de conferências e apresentações estão previstas outras atividades mais informais como sessões de ‘mindfulness’, por exemplo.
O projeto arquitetónico da sede da CCA e da autoria da SpaceWorks faz parte da ‘short-list’ do World Architecture Festival 2022 que se vai realizar entre 30 de novembro e 2 de dezembro e onde se pretende reconhecer os melhores projetos de arquitetura a nível mundial.