Trabalha com caras conhecidas da televisão (a atual embaixadora mediática da marca é a apresentadora da SIC, Liliana Campos) , investe no homestaging (decoração das casas antes da venda) e aposta milhares de euros na formação dos seus consultores, um investimento que está a dar frutos. A Home Tailors, consultora imobiliária especializada no segmento médio-alto, cresceu quase 200% durante a pandemia, um impulso que lhe permitiu cimentar a sua estratégia de expansão.
O segredo do sucesso residiu, em parte, precisamente na pandemia que revolucionou a forma como as pessoas querem habitar os seus espaço, conta David Carapinha, diretor-geral da HomeTailors à Visão Imobiliário. “A maioria dos nossos clientes, mais precisamente cerca de 52%, são clientes nacionais, são famílias que durante a pandemia procuraram uma casa próxima da cidade mas onde o metro quadrado fosse mais baixo e onde fosse possível ter um jardim, varandas, espaço para escritório e para as crianças. Um dos critérios que encontrávamos antes da pandemia era a proximidade aos transportes públicos e o que notamos agora é que já não é bem assim… Esse critério não desapareceu mas diminuiu. Atualmente a prioridade vai para os espaços exteriores e área extra no interior da habitação”, resumiu David Carapinha, adiantando que a marca tem atualmente cerca de 800 imóveis em carteira.
Fundada em 2017 com o foco no mercado para a classe média alta, a HomeTailors conta atualmente com cinco agências – duas em Lisboa, as restantes em Mafra, Ericeira e Sesimbra – e nos primeiros três anos cresceu de forma sustentada, com taxas de crescimento na ordem dos 25% ao ano, conta o responsável. Com a pandemia, porém, a procura disparou, disparando também a faturação da empresa, um resultado alicerçado nas novas exigências habitacionais trazidas pela pandemia e pelo posicionamento da empresa junto do segmento médio-alto, mais imune a instabilidades do mercado. “Mas até para nós foi uma surpresa… Passámos de um crescimento faseado para um crescimento de 200% na nossa faturação”, refere David Carapinha, adiantando que os consultores atingiram comissões na ordem dos sete milhões.
Atualmente com cerca de 100 agentes imobiliários, a empresa espera expandir em breve esse número e também multiplicar as agências.
“O nosso plano de franchising passa por abrir até ao final do próximo ano 30 agências no território nacional. O nosso objetivo, que já está em curso, é chegar às 15 agências este ano e em 2023 abrir mais 15. Já no mês de abril vamos abrir mais uma unidade, desta vez em Braga”, explica o CEO da empresa.
Com um valor médio por transação a ordem dos 400 mil euros, a empresa tem investido na sua imagem corporativa e na dos próprios imóveis, muitos deles aprimorados com técnicas de homestaging que permitem uma venda mais rápida.
“No ano passado colaborámos com a Liliana Campos para dar projeção à marca e vamos continuar este ano também. Também investimos muito nos projetos 3D para que os clientes percebam como irá ficar o imóvel no caso de este precisar de obras e incentivamos os nossos consultores, que recebem um prémio de marketing, para apostar na produção das casas que angariam, de forma a que estas transmitam os valores que a marca define”, realçou David Carapinha.
O perfil dos clientes está muito assente nas famílias portuguesas e estrangeiras da classe média-alta mas a empresa também acompanha muitos investidores de diferentes escalas. “Desde grupos, uns nacionais outros internacionais, que querem adquirir terrenos ou edifícios para recuperação em Lisboa e, neste caso, claro, os investimentos são sempre maiores mas também nos surgem os pequenos investidores com montantes mais pequenos e que as nossas equipas estão bem preparadas para os acompanhar. Pessoas, com montantes de 150 mil euros para aplicar, por exemplo, e que nos pedem um plano de investimento para esse capital. Este pode passar por pequenas unidades que podem ser remodeladas e rentabilizadas no mercado de arrendamento de longa duração ou vendidas com alguma margem de lucro para gerar novo investimento”, exemplificou David Carapinha, reforçando que o foco destes investidores passa, habitualmente, por “comprar, melhorar o produto com obras ou decoração, deixar o imóvel rentabilizar durante algum tempo e voltar a vendê-lo acrescentando valor”.
Uma dinâmica de investimento em imobiliário que saiu reforçada com a pandemia e mais recentemente com a instabilidade dos mercados financeiros provocada pela invasão na Ucrânia.