O maior projeto em curso do Algarve, o Verdelago Resort, com um investimento de 270 milhões de euros e promovido pela Oxycapital, quer ser um exemplo de sustentabilidade construtiva.
O resort de natureza, localizado em Castro Marim, vai ter 85 hectares mas o índice de construção está limitado a um máximo de 8,7% da área total onde serão construídos um hotel de 5 estrelas com cerca de 200 quartos e um aldeamento turístico com 340 unidades residenciais.
O empreendimento de luxo que se estende até à praia Verde (que dá nome ao resort) tem projeto de arquitetura do ateliê Saraiva + Associados e está a ser concebido de acordo “com as melhores práticas de sustentabilidade ambiental, tanto do ponto de vista da construção, como da conservação da natureza e da biodiversidade tão ricas da zona, do consumo de energia, de água e da mobilidade, tendo em vista uma pegada de carbono neutra”, afiança a empresa.
Nesse sentido, o campo de golfe que constava do projeto inicial foi recentemente alterado para um parque verde e de lazer onde se pretende criar um santuário natural para as mais de 110 espécies diferentes de animais identificados no local, entre camaleões, sapos, rãs, borboletas, coelhos, guarda-rios, patos reais, gaios, poupas e até cegonhas brancas, entre inúmeras outras espécies.
Para que o resort seja autossuficiente em termos energéticos foi instalada uma central fotovoltaica com capacidade para produzir uma quantidade de energia total anual superior à consumida pelo empreendimento e ainda, na senda de atingir a neutralidade em termos de pegada ecológica, foi definido um plano que promove e define as regras de mobilidade, numa perspetiva amiga do ambiente, sem emissões, e movida a energia elétrica. Os percursos pedonais e cicláveis (bicicletas, trotinetes, buggies), e a utilização de meios ligeiros são uma das prioridades do resort, garante o promotor.

O Verdelago Resort vai também adotar um sistema de gestão integral de todos os recursos hídricos, que inclui a utilização de espécies autóctones nas zonas verdes que reduzem a necessidade de rega, a recuperação de águas pluviais e residuais, a instalação de equipamentos que garantem o controlo do consumo, e uma monitorização ativa das perdas afetas a este recurso.
As casas estão a ser construídas para conseguir uma classificação energética elevada graças à utilização de fontes de energias renováveis, isolamentos eficientes e opções arquitetónicas que valorizam a luz natural e o espaço exterior. E já no processo de construção se está a dar primazia a mão-de-obra, materiais e bens locais. Esta filosofia assente na sustentabilidade permitiu ao Verdelago ser o primeiro resort turístico no País a aderir, desde a fase de construção, à Certificação Green Globe, uma das mais exigentes certificações internacionais de turismo sustentável, membro afiliado da Organização das Nações Unidas para o Turismo (OMT).
Como explica o arquiteto Miguel Saraiva, do ateliê Saraiva + Associados, responsável pelo projeto, o objetivo foi seguir o “conceito de imersão na natureza a 360°, com uma arquitetura não agressiva de escala humana, com uma linguagem contemporânea, mas com respeito pelos valores do local em que se insere”. Partindo deste princípio, “toda e qualquer árvore existente tem sido respeitada”, garante o arquiteto, acrescentando que “o golfe foi eliminado, foi dada maior amplitude às zonas de recreio (piscinas e zonas verdes centrais) e a volumetria do hotel foi reduzida”.
Paulo Monteiro, diretor geral do Verdelago Resort realça que a empresa alterou o projeto inicial seguindo agora a lógica de “menos ostentação e mais apelo aos sentidos e bem-estar”.
“O Verdelago é o único Resort de Natureza de 5* com baixa densidade construtiva em plena primeira linha de mar, e em plena integração com a paisagem natural envolvente, de todo o Sotavento Algarvio. Ao avançarmos com o projeto assumimos uma enorme preocupação ambiental. Estamos a falar de 74.000 m² de área total de construção em 86 hectares de terreno, correspondentes a um índice de construção de apenas 8,7%. Temos cerca de 70 hectares de espaços verdes, incluindo um parque verde e de lazer com mais de 42 hectares e uma reserva natural em frente do mar com 24 hectares”, explica o responsável da Verdelago, empresa de desenvolvimento de projetos imobiliários e turísticos (cuja participação maioritária é detida, desde 2015, pelo Fundo Aquarius, FCR, gerido pela Oxycapital)
Para potenciar a vivência exterior serão construídos vários percursos de passadiços de madeira e recuperados caminhos pedonáveis e cicláveis, com uma extensão total da ordem dos 7km, por entre pinheiros e sobreiros, uma lagoa e diversas zonas de descanso, interpretação ambiental e desporto ao ar livre, entre outras valências, num projeto de paisagismo do arquiteto Hipólito Bettencourt.
A primeira fase de construção, iniciada em 2020, e já em comercialização, tem data de conclusão prevista para o verão de 2022. Esta primeira fase é constituída por um conjunto de unidades de alojamento exclusivo, onde se incluem 102 unidades residenciais turísticas, das quais 57 estarão concluídas para entrega já no verão de 2022. Os preços começam nos 450.000€ para os apartamentos e vão até 1,5 milhões para as villas.