Foi em festa que Lisboa iniciou o seu ano como Capital Verde Europeia no passado fim-de-semana (e que teve o seu pico ontem com a plantação de 20 mil árvores pelas mãos de 4500 voluntários) e é com menos festa mas muito ‘movimento’ que arranca hoje outra ação, esta mais prolongada, mas que visa também consolidar o estatuto da cidade como um exemplo no caminho de sustentabilidade ambiental – as obras de transformação da Praça de Espanha em jardim.
A Nova Praça de Espanha, assim se chama o projeto assinado pelos arquitetos paisagistas do ateliê NPK, vai conquistar uma área verde e de lazer com cerca de 6 hectares (e onde se incluem 600 árvores), numa das zonas atualmente mais movimentadas da cidade.
Como em todas as obras, estas também vão obrigar a uma reorganização do trânsito. O vereador da mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar, explicou, através do Facebook, o que vai acontecer. “Vai-se cortar hoje a viragem à esquerda de quem sobe a Avenida Calouste Gulbenkian e vira quer para a Columbano, quer para os Combatentes”. As vias alternativas passam pela Rua de Campolide, o Eixo Norte/Sul e a Segunda Circular.
Recorde-se que o projeto do ateliê NPK pretende enfatizar a continuidade entre a praça de Espanha e o Jardim da Gulbenkian, estando prevista uma ponte pedonal a ligar os dois espaços. Caminhos pedonais e ciclovias vão restabelecendo a ligação que existiu em tempos entre a Gulbekian e Sete Rios e ainda ao Corredor de Monsanto.
“O riacho do Rego será recuperado, numa “renaturalização do caminho natural da água”, e será construída uma bacia de retenção de águas com efeito de drenagem, para evitar as cheias que assolam esta zona, como se pode ler na memória descritiva do projeto.
Em termos rodoviários, passará a ser possível acesso direto entre Avenida de Berna ou António Augusto Aguiar em direção à Avenida de Ceuta.
Transformação da paisagem
A instalação de um parque urbano faz parte do plano camarário de criar uma nova centralidade na Praça de Espanha, onde se incluem também novas zonas de serviços.
As mais impactantes passam pela nova sede do grupo Jerónimo Martins que, recorde-se, comprou em hasta pública o terreno onde funcionou durante 30 anos o chamado mercado azul, com dezenas de feirantes.
Também se começam já a vislumbrar as primeiras movimentações para o projeto de uma outra sede, a do Montepio Geral, nos terrenos onde funcionou durante mais de 50 anos o restaurante ‘La Gôndola’, instalado na vivenda que fazia esquina entre a Avenida de Berna e a Praça de Espanha e se destacava pelo ambiente florido. Esse lote agora ocupado pelo Montepio resultou de uma permuta entre a Câmara Municipal de Lisboa e o banco, que cedeu uma parcela de terreno no lado oposto da Praça de Espanha. A autarquia era a proprietária do restaurante e de uma esquadra da PSP, entretanto desativada e que se localizava no terreno contiguo.