O 2º trimestre de 2019 confirmou a tendência de “arrefecimento na subida das rendas das casas em Lisboa e Porto”, ambas registando aumentos abaixo da média nacional, de acordo com os mais recentes resultados do Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário. Este índice é apurado a partir dos valores dos novos contratos de arrendamento celebrados.
Se em Portugal, as rendas das casas subiram em média 10,8% no segundo trimestre deste ano em comparação homóloga (e mantendo o ritmo médio de crescimento verificado nos dois últimos anos na ordem dos 11%), já em Lisboa cidade esse crescimento foi de 5,6% e no Porto foi de 9,7%, a mais baixa dos últimos dois anos.
Estes resultados, diz o economista Ricardo Guimarães, que dirige a Confidencial, “sugerem um comportamento semelhante ao dos preços de venda, cujas subidas mais recentes no agregado do país parecem agora ser impulsionadas pelos mercados periféricos e não por Lisboa e Porto”.
O responsável realça que “os dados disponíveis não sinalizam ter havido um aumento da oferta que, por sua vez, estivesse a pressionar as rendas para baixo, sendo este ciclo de estabilização o culminar de um processo de crescimento muito forte registado até agora e que, naturalmente, não poderia prosseguir indefinidamente”.
Lembra a Confidencial Imobiliário (Ci) que é preciso recuar ao 3º trimestre de 2014 para encontrar uma variação mais baixa (2,6%) nas rendas praticadas em Lisboa. Após a subida de 21,9% registada no 2º trimestre de 2017 (a qual foi o exponente máximo do ciclo de recuperação iniciado em finais de 2013, após as queda de 19% no período da a crise), o aumento anual das rendas em Lisboa ainda se manteve em torno dos 20% até início de 2018, mas começou a abrandar a partir daí, passando de uma variação homóloga de 17% no 2º trimestre de 2018 para a agora registada.
No Porto, a variação homóloga no 2º trimestre de 2019 foi de 9,7%, a mais baixa dos últimos dois anos. Também em termos trimestrais, a subida de 1,7% exibe um arrefecimento. Neste mercado, a variação máxima foi atingida no 3º trimestre de 2018, com uma subida homóloga de 23,1%, culminando o percurso de intensificação das subidas sentido desde meados de 2017. No final de 2018, o crescimento das rendas recuou já para 18,9%, passando para 13,5% no trimestre seguinte e atingindo agora o patamar abaixo dos 10%.