No segundo trimestre de 2019 venderam-se 42.590 alojamentos familiares, registando um decréscimo de 2,8% face ao trimestre anterior, de acordo com os dados oficiais recolhidos pelo Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Quando a comparação é feita com base no primeiro semestre deste ano, a variação homóloga é de apenas -0,1%, tendo-se registado um total de 86.416 casas vendidas, uma média de 480 casas vendidas por dia.
Os números não surpreendem o Presidente da APEMIP, Luís Lima, que já esperava este reajuste do mercado. “No início deste ano recusei dar expetativas para 2019, por saber a dificuldade que seria monitorizar um mercado com muita procura e pouca oferta. Este ligeiro arrefecimento não é uma surpresa, aliás, já o tinha anunciado na altura, e deve-se sobretudo à diminuição do stock disponível. Há poucas casas no mercado, e muitas das que existem não correspondem às necessidades e possibilidades das famílias portuguesas” declara o representante das imobiliárias, que alerta para a necessidade de haver um reajuste dos preços.
“Há muitos proprietários que têm à venda cobre ao preço do ouro, convencidos de que tudo se vende, mas não é bem assim. Os potenciais compradores, mesmo os estrangeiros, começam a ser mais cautelosos e a pensar duas vezes antes de avançar com o negócio. Há que haver algum realismo e ajustar os preços à realidade do mercado e do ativo que se tem a carteira”, alerta Luís Lima, lembrando que tal só acontece porque há falta de casas no mercado. “É cada vez mais gritante a necessidade de introduzir stock novo, dirigido para as classes média e média-baixa. Só assim se poderá aliviar preços e dar resposta às necessidades da procura, e não adianta dizer que há muitas casas vazias se estas se localizam onde não há procura…”, rematou ainda o presidente da APEMIP.