Durante dias, a NASA foi criando o suspense. E o anúncio não dececionou. Há sete novos planetas, todos na zona de habitabilidade de uma estrela e com características semelhantes à da Terra. E mais. Pelo menos um deles poderá ter água.
O sistema, de nome Trappist-1, já era conhecido. E em maio do ano passado tinham sido apresentados três planetas. Com este anúncio, o sistema solar, que fica 39 anos luz de nós, aparece mais composto, com sete planetas – identificados com as letras “b” até ao “h”. Num avião a jato, demoraríamos qualquer coisa como 44 milhões de anos.
Para os cientistas, este sistema tem vários aspetos de interesse e o anúncio foi considerado, na conferência de imprensa da NASA, como um “salto de gigante na pesquisa de vida extraterrestre”.
Susana Barros, investigadora do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, também se mostra entusiasmada com o anúncio, que tem por base uma publicação na revista científica Nature. “´É um sistema muito interessante porque nos permite estudar com algum detalhe as características do planeta e da sua atmosfera”.
Estas análises são feitas tendo como base observações dos telescópios VLT, no Chile, e dos telescópios espaciais Spitzer e Hubble. Quando passam atrás da sua estrela, nos chamados trânsitos, identificada com a letra “a”, é possível detetar a luz absorvida pela atmosfera do planeta e assim estimar a sua composição.
Neste sistema, os planetas estão muito próximos da sua estrela, dez vezes mais pequena do que o nosso Sol. “Se estivermos num destes planetas, teremos uma bela vista para os outros planetas. Estarão tão visíveis como a nossa Lua ou até mais”, contaram os astrónomos na conferência da NASA.
“Não se sabia que estrelas tão pequenas também podiam ter planetas na sua órbita e a vantagem é que nestes sistemas em que a estrela é mais pequena, é muito mais fácil estudá-los”, explica Susana Barros.
Para a NASA, encontrar uma nova Terra é apenas uma questão de tempo.