Uma em cada quatro pessoas irá desenvolver problemas relacionados com saúde mental. Os números foram revelados por Til Wykes, professora de Psicologia Clínica na King’s College de Londres, e são um motivo para refletir de que forma pode a tecnologia ajudar as pessoas que padecem deste tipo de problemas. Não que a tecnologia vá ser uma cura milagrosa, entenda-se, já que a docente defende que deve haver sempre uma abordagem mista a estas maleitas: serviços humanos por um lado, tecnologia por outro.
As apps são um bom exemplo de que como a tecnologia pode ajudar, uma vez que podem contribuir para uma melhor prevenção de distúrbios – por exemplo, ao analisar comportamentos que podem indiciar uma potencial recaída de quem sofre de depressão. Contudo, atualmente vive-se uma época de excesso. Til Wykes refere que existem 325 mil apps para saúde mental à disposição dos utilizadores, mas que é difícil reconhecer as mais-valias ou identificar os benefícios de muitas delas. Isto significa que, em vez de ajudar, as aplicações podem apenas prejudicar ao não reconhecer a necessidade de um tratamento real.
Como se pode então minimizar este problema? Com uma regulamentação que obrigue os criadores das apps a realizarem testes clínicos que comprovem os benefícios que a utilização do software alega ter e com uma maior responsabilização da Google e da Apple sobre o que disponibilizam nas respetivas lojas de aplicações. E Til Wykes deixa ainda um conselho para os programadores: «Descubram o que as pessoas com problemas de saúde mental precisam realmente em vez de se focarem no que vocês são capazes de desenvolver tecnologicamente».