Quando o Nissan LEAF foi lançando, a concorrência praticamente não existia. O primeiro elétrico da Nissan foi, também, o primeiro BEV (Battery Electric Vehicle) de grande produção em série. Na altura, quem quisesse comprar um 100% elétrico ‘tinha’ que optar pelo LEAF. Mas o mundo automóvel é muito diferente do que era em 2010/11. A Nissan passou de uma marca denominadora na mobilidade elétrica para um dos emblemas que menos oferta tem nos BEV – uma consequência do período conturbado que a empresa viveu nos últimos anos, mais relacionados com mudanças na gestão e com conflitos internos do que com a engenharia. O que só vem reforçar a importância do lançamento do Ariya, que chega depois de a Nissan ter ‘arrumado a casa’ e delineado um plano de eletrificação ambicioso para os próximos anos. E devemos começar por salientar que o novo SUV elétrico da Nissan não vem substituir o LEAF. O Ariya tem outras ambições: é um carro para um segmento superior. Mas também sabemos, tanto pelas informações da própria Nissan como através dos mails que nos chegam, que há muitos condutores do LEAF que aguardam com grande expectativa a chegada do Ariya. Certamente muitos fiéis da marca que têm um LEAF com alguns anos planeiam mudar para o Ariya. Isto, é claro, se as expectativas forem cumpridas.
Muita concorrência
Ao contrário do LEAF, o Ariya chega a um mercado já com vários concorrentes com bons trunfos: o VW ID.4, o Ford Mustang Mach-E, o Kia EV6, o Ioniq 5, o Skoda Enyaq… E até podemos juntar outros carros que acabam por competir com o Ariya, como o Tesla Model Y, o Audi Q4 e o Mercedes EQA. Ora, quando se chega tarde é ainda mais importante termos alguma coisa especial para mostrar. De outro modo, o Ariya só terá sucesso se apresentar pelo menos algumas características que o distingam da multidão de crossovers elétricos que foram lançados nos últimos dois anos.