A existência atual de 25 mil milhões de dispositivos ligados à Internet, com tendência para vir a aumentar exponencialmente nos próximos tempos, e a frequência dos ataques informáticos fazem com que estudos como o que a Horizonte Europa está a financiar atualmente se torne essencial. O estudo CROSSCON – Cross-platform Open Security Stack for Connected Devices conta com a participação do Centro ALGORITMI, da Universidade do Minho, que pode vir a receber 577,2 mil euros dos 4,6 mil milhões de euros.
A Internet das Coisas, IoT, está presente em soluções de domótica, em dispositivos wearables, aplicações de smart cities, indústria 4.0 e na monitorização remota de serviços de saúde, entre outros. A proliferação e diversificação destes aparelhos faz com que representem vários desafios ao nível de cibersegurança, desde ataques aos próprios dispositivos como à infraestrutura de rede. Sandro Pinto, investigador principal da equipa portuguesa, explica que “se considerarmos ainda que os dispositivos eletrónicos, devido ao fim específico para o qual foram desenhados, apresentam uma heterogeneidade de configurações de hardware, vemos que é necessária a coexistência de diversas tecnologias e funcionalidades de segurança totalmente distintas entre si e com diferentes requisitos de criticidade. Consequentemente, o processo tecnológico envolvido no desenvolvimento de abordagens e mecanismos de segurança que visam a proteção destes dispositivos torna-se um desafio ainda maior”
O objetivo do projeto passa por identificar problemas de segurança atuais associados à necessidade de existirem dispositivos totalmente distintos entre si ligados à Internet. A solução denominada de Security Stack deve ser capaz de providenciar diferentes níveis de segurança aos dispositivos ligados, tais como impedir acesso externo a informação sensível, permitir ligação segura e controlada dos dispositivos, providenciar mecanismos de autenticação multi-fator e atualizações remotas autorizadas e seguras.
O projeto vai ser liderado pela ATOS (de Espanha) e o Centro ALGORITMI vai liderar o pacote 3, que arrancou em novembro do ano passado. A iniciativa vai ter uma duração de 36 meses e não deve ser necessário esperar pelo fim do projeto para a sua entrada no mercado, sendo expectável que a utilização dos artefactos possa ser imediata.