O atual diretor executivo da Apple, Tim Cook, revelou no evento Code Conference, realizado na semana passada, que o cofundador da tecnológica, Steve Jobs, tinha uma ideia diferente sobre como deveria ser comercializado o iPhone. Steve Jobs queria quebrar a norma vigente na altura e ‘obrigar’ as operadoras de telecomunicações a cobrar o preço completo do iPhone aos consumidores. As operadoras costumavam pagar uma parte dos aparelhos aos fabricantes em adiantado e baixavam o preço para o consumidor, numa estratégia que almeja o lucro a longo prazo, com as fidelizações dos clientes. Jobs preferia não receber esse apoio inicial e ‘reclamar’ uma parte da receita mensal da operadora, algo que acabou por ser feito no primeiro iPhone.
Já Tim Cook preferia a abordagem ‘tradicional’ e para a qual a Apple acabaria por mudar: aceitar parte da subsidiação inicial dos operadores de telecomunicações e renunciar à oportunidade de receber uma fatia da fatura mensal gerada pelos contratos dos consumidores. O debate foi importante porque o iPhone veio mudar em muitos aspetos a forma como os telefones eram comercializados, reduzindo o poder de decisão das operadoras no que toca a aspetos estéticos e a que apps eram integradas de origem.
“A maneira dele [Jobs] era mais criativa e diferente”, disse Tim Cook na conferência. “Eu sentia fortemente que a minha maneira teria escalado mais rápido. Estivemos em discussões sobre isto durante algum tempo”, adiantou Cook, revelando mais tarde que o debate da estratégia sobre a melhor forma de vender o iPhone durou vários anos.
Segundo a publicação Axios, além da revelação da discórdia foi feita por Tim Cook num painel da Code Conference, foi ainda anunciado um novo projeto relacionado com o fundador da Apple. Jony Ive, antigo líder de design da Apple, e Laurene Powell Jobs, mulher do falecido Steve Jobs, que também estavam no mesmo painel, anunciaram a formação de um projeto que visa criar um arquivo online de Steve Jobs. Tim Cook lembrou ainda que o legado do fundador da Apple se mantém vivo, por exemplo, com as reuniões às segundas-feiras, às nove horas da manhã, para os executivos reverem as principais iniciativas da marca.