Uma investigação subsidiada pelo governo britânico descobriu evidências de que há operadores online a coordenar os seus seguidores para entrarem em painéis de comentários e de discussões dos media ocidentais e de figuras públicas. O objetivo é passar, de forma coordenada, uma mensagem pró-invasão russa da Ucrânia. As equipas encontram-se a operar a partir de uma fábrica antiga de São Petersburgo.
A fábrica de trolls pode estar ligada a Yevgeny Prigozhin, o fundador da Internet Research Agency, que terá interferido também nas eleições presidenciais dos EUA em 2016. O estudo britânico revela detalhes de como está a ser feita a manipulação da opinião pública em diferentes fóruns, desde páginas de figuras públicas como Boris Johnson, o chanceler alemão Olaf Scholz ou o responsável de política externa da UE Josep Borrell.
A forma de atuação passa por pagar a influencers do TikTok para amplificar a mensagem pró-Rússia e também pela amplificação de mensagens genuínas, como forma de evitar as medidas de combate à desinformação.
Apesar de haver registo de atividades também na Twitter e na Facebook, o foco desta fábrica parece estar na Instagram, YouTube e TikTok. Páginas de bandas e artistas musicais como Daft Punk, Rammstein ou Tiesto estão também na mira destes trolls.
Liz Truss, secretária dos assuntos estrangeiros britânica, afirma ao The Guardian que “não podemos permitir que o Kremlin e as suas quintas de trolls invadam os nossos espaços online com as suas mentiras continuadas sobre a guerra ilegal de Putin. O governo britânico já alertou os parceiros internacionais e vai continuar a trabalhar de forma próxima com os aliados e as plataformas de media para comprometer as operações de informação russas”.
A identidade da agência que conduziu a investigação não foi revelada para preservar a sua segurança.