Além da guerra no terreno, a batalha digital e pela desinformação continua o seu caminho paralelo, numa fase em que as tropas russas prosseguem a invasão da Ucrânia. A Meta (antiga Facebook) anunciou agora ter removido um vídeo deepfake (manipulado por algoritmos de inteligência artificial) no qual se via o presidente ucraniano a ordenar às suas tropas a rendição. O conteúdo foi removido por não respeitar as políticas da empresa sobre “conteúdos manipulados”, refere Nathaniel Gleicher, responsável de Política de Segurança do grupo Meta.
A manipulação de um vídeo que ilustra geralmente uma pessoa conhecida a dizer algo que nunca disse ou a fazer algo que nunca fez é uma das formas mais avançadas de tentativa de desinformação. O vídeo em questão, com declarações falsas, foi detetado rapidamente pelos sistemas da Meta, mas está a circular em plataformas russas, nomeadamente na rede social VKontakte, e em canais de Telegram, explica o Digital Forensic Research Lab.
A notícia do TechCrunch refere ainda que o rodapé de notícias do canal de televisão Ukraine 24 terá sido pirateado nesta quarta-feira com uma mensagem semelhante – na mensagem adulterada, o presidente Volodymyr Zelensky pedia ao povo ucraniano que não resistisse às forças invasoras russas. O ataque a um meio de comunicação terá servido como reforço à mensagem falsa que o vídeo deepfake viral tentava passar, naquele que parece ser um ataque coordenado.
O próprio presidente ucraniano reagiu rapidamente a estes vídeos, para desmentir a tentativa de desinformação. Já no início do mês de março, o Centro de Comunicações Estratégicas da Ucrânia tinha publicado uma mensagem na qual alertava para a possibilidade de haver vídeos com origem russa que tentassem distorcer a verdade, de forma a influenciar a perceção pública da invasão.