Um tribunal britânico tinha considerado que a prisão de Assange nos EUA seria um risco para a sua saúde mental e aumentava o risco de este se suicidar, pelo que vetou a extradição. Agora, depois de um apelo das autoridades norte-americanas, um tribunal superior veio dar-lhes razão e autoriza a extradição, com algumas condicionantes. No entanto, a noiva do denunciante já afirmou que irão recorrer desta nova decisão.
Os juízes britânicos concordam com a extradição desde que Assange não seja detido numa prisão de segurança máxima e que, caso seja condenado, seja permitido o cumprimento da pena na sua terra natal, Austrália, se assim o desejar.
Stella Morris, a noiva de Assange, acusa: “Como pode ser justo, como pode ser correto, como pode ser possível concordar com a extradição do Julian para o país que conspirou para o assassinar?”, cita o The Verge.
Julian Assange é acusado de ter conspirado para piratear o acesso em computadores militares dos EUA para depois publicar informação confidencial e documentos diplomáticos no WikiLeaks. As 18 acusações correspondem a uma sentença combinada de 175 anos, embora as autoridades governamentais estimem que a pena de prisão efetiva seja de quatro a seis anos.
Grupos como os Repórteres Sem Fronteiras ou a Amnistia Internacional já vieram a público pedir que os EUA deixem cair as queixas contra o denunciante, alegando que este fez um trabalho jornalístico legítimo ao denunciar práticas menos comuns dos EUA nas guerras do Iraque e do Afeganistão. “Perseguir Julian Assange com estas acusações pode ter um efeito de arrefecimento do direito da liberdade de expressão, levando os jornalistas a auto-censurar-se com medo de represálias”, defendeu a Amnistia Internacional.