«Não pensei que fosse capaz de mudar a empresa, mas quis ajudar o Facebook a pensar seriamente nas grandes questões sobre que papel é que desempanha na política, nos EUA e no mundo, e que assegurasse da melhor forma possível que não estaria a prejudicar a democracia», escreve Yael Eisenstat num artigo de opinião no Washington Post.
A ex-executiva da equipa de Zuckerberg explica que assistiu à forma como as ferramentas de anúncios e outras funcionalidades eram mal utilizadas e que o Facebook resistia às propostas de mudança para corrigir o problema. «O problema real é que o Facebook lucra parcialmente com a difusão de mentiras e a vender ferramentas de publicidade perigosas que permitem aos agentes políticos uma batalha de informação de outro nível. O modelo de negócio assenta na exploração dos nosso dados para permitir aos anunciantes dirigirem-se a estes utilizadores de forma focada, mostrar a cada um de nós diferentes versões da verdade e manipular-nos com anúncios altamente personalizados», cita o Mashable. «Enquanto o Facebook privilegiar o lucro ao invés do discurso saudável, não poderá evitar prejudicar as democracias».
Eisenstat diz que vários funcionários do Facebook concordam que as ferramentas de anúncios políticos têm de ser corrigidas e explica que a solução passa por assegurar uma verdadeira transparência sobre o que diferencia a publicidade no Facebook da que vemos na imprensa ou na televisão e o que a torna mais perigosa. Uma proibição como a que o Twitter instituiu agora também não é o caminho a seguir, segundo Eisenstat, e o tempo para os governos atuarem e intervirem para regular o setor das plataformas de social media já estará ultrapassado.