A Piql ainda não está em condições de reclamar o estatuto de salvadora do mundo. E se tudo correr bem, nunca será conhecida por esse feito. O que não a impede de apostar numa atividade potencialmente redentora: a criação de um arquivo com documentos livros ou ficheiros variados num repositório subterrâneo da ilha de Svalbard que foi batizado com o sugestivo nome de World Arctic Archive.
Mesmo na ilha de Svalbard, o World Arctic Archive não é um caso único. O novo repositório vai ser instalado numa mina abandonada que, por sua vez, já foi devidamente adaptada para receber o Global Seed Vault, que preserva atualmente sementes de mais de 1,5 milhões de plantas, que poderão ser usadas nos casos de reabilitação de espécies em vias de extinção.
O site da Wired revela que o Arctic World Archive também poderá assumir funções de backup para as gerações vindouras. E os governos da Noruega, do Brasil e do México já trataram de aderir à nova solução colocando no local réplicas de alguns dos documentos considerados mais importantes.
O repositório está situado a uma profundidade que permite garantir, em permanência, temperaturas negativas. Os dados vão ficar armazenados em películas fotossensíveis, que ficam guardadas em caixas. A Piql garante que a tecnologia usada, apesar de exigir de instruções básicas para que os futuros habitantes do planeta possam ler os dados, está apta a manter o arquivo durante, pelo menos, 500 anos.
Num prognóstico mais otimista, a empresa escandinava admite ainda que as técnicas de conservação permitam manter o arquivo viável durante mais de 1000 anos.
A Piql refere ainda ter usado técnicas que garantem que a informação não é alterada durante o período de conservação dos documentos. O repositório deverá permanecer sem qualquer ligação à Internet por motivos de segurança.
Svalbard é uma ilha situada junto ao círculo polar ártico que junta às temperatura baixas o facto de se encontrar numa zona desmilitarizada por via de tratado internacional.