Peter Westmascott, embaixador britânico nos EUA, diz que já não falta muito para identificar o soldado ao serviço do Estado Islâmico do Iraque e do Levante que decapitou o jornalista James Foley.
O diplomata confirmou que o FBI e a Scotland Yard estão a um passo de confirmar a identidade do assassino de Foley tendo contado com a preciosa ajuda de um sistema de reconhecimento de voz.
De acordo com a NewScientist, a aplicação usada pelas autoridades britânicas e norte-americanas permite a identificação de uma pessoa através da ressonância provocada enquanto fala. O processo de identificação também terá recorrido a uma comparação de registos que se encontram arquivados bases de dados governamentais.
Poucos dias antes do embaixador britânico fazer esta revelação numa entrevista à CNN, surgiram as primeiras notícias que davam conta de que o autor do crime Abdel-Majed Abdel Bary, um rapper de 23 ou 24 anos, que terá nascido no Egito, mas que cresceu no Reino Unido. No discurso que antecedeu a decapitação, o jovem, que é filho de um suspeito de terrorismo que se encontra preso nos EUA, ostenta o sotaque de Londres e do Sul de Inglaterra, com alguns traços que geralmente costumam ser associados a estrangeiros que cresceram no Reino Unido.
Segundo o The Times, Abdel-Majed Abdel Bary, que também era conhecido como “John, o Jihadista”, era apontado, pelos serviços secretos britânicos, como um dos principais suspeitos do crime que circulou num vídeo na Internet. Desconhece-se se o suspeito de que fala Peter Westmascott é o mesmo que terá sido apontado pelo MI5, mas há pelo menos um dado adquirido: no caso de Abdel-Majed Abdel Bary, não deverão faltar registos áudio que facilitam a identificação.
Por enquanto, a tecnologia de reconhecimento de voz apenas consegue reduzir o número de suspeitos. O processo de identificação terá de ser refinado nos tempos mais próximos com a ajuda de analistas de voz, que analisam características relacionadas com o ritmo, a gramática, e pronúncia de vogais e consoantes. Elizabeth McClelland, especialista na análise da voz, recorda que o processo está longe da exatidão científica: «é mais uma arte que uma ciência».